10.1.07

 

Poemas favoritos XIX
Favorite poems XIX


de O Navegante

Li T'ai-Po
(Tradução de Augusto de Campos via Ezra Pound)

Possa eu contar em veros versos vários,
No jargão da jornada, como dias duros
Sofrendo suportei.
Terríveis sobressaltos me assaltaram
E em meu batel vivi muitos embates,
Duras marés, e ali, noites a fio,
Em vigílias sem fim fiquei, o barco
rodopiando entre os recifes. Frio-aflitos
Os pés pela geada congelados.
Granizo - seus grilhões; suspiros muitos
Partiram do meu peito e a fome fêz
Feridas no meu brio. Para ver
Quanto vale viver em terra firme,
Ouçam como, danado, em mar de gêlo,
Venci o inverno a vogar, pobre proscrito,
Privado de meus companheiros;

Gosma de gêlo, granizo-grudado,
Sem ouvir nada além do mar amargo,
A onda froco-fria e o grasnido do cisne
No meu ouvido como um gruir de ganso,
Riso de aves marinhas sôbre mim,
Pés d'água, entre penhascos, contra a pôpa,
Plumas de gêlo. E às vezes a águia guaia
Com borrifos nas guias.
Nenhum teto
Protege o navegante ao mar entregue.
É o que não sabe o que vai em vida mansa,
Rico e risonho, os pés na terra estável,
Enquanto, meio-morto, mourejando,
Eu moro em móvel mar.
***
From the Spoon River Anthology
Ernest Hyde

My mind was a mirror:
It saw what it saw, it knew what it knew.
In youth my mind was just a mirror
In a rapidly flying car,
Which catches and loses bits of the landscape.
Then in time
Great scratches were made on the mirror,
Letting the outside world come in,
And letting my inner self look out.
For this is the birth of the soul in sorrow,
A birth with gains and losses.
The mind sees the world as a thing apart,
And the soul makes the world at one with itself.
A mirror scratched reflects no image -
And this is the silence of wisdom.

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