31.1.12

 

Canções que começam com B
Songs that begin with a B

Bem Querer
Chico Buarque




30.1.12

 

Canções que começam com A
Songs that begin with an A

A Backstage Pass
Johnny Cash




28.1.12

 

Canções que começam com A
Songs that begin with an A

Ai Quem Me Dera
Clara Nunes




 

Soneto
Johann Gottlieb Fichte



O que empresta ao meu olhar esse vigor,

Que todos os senões lhe parecem pequenos

E as noites se transformam em sóis serenos,

Em vida a negação, em solidez o tremor?

O que, a confusa teia do tempo a transpor,

Conduz-me certeiro às fontes perenes

Do belo, do vero, de bondades e acenos,

E lá afunda, e aniquila, do meu empenho a dor?

Já sei. Desde que, no olho de Urânia, acesa

Em quietude, pude eu mesmo interiormente

A clara, fina, pura flama azul observar;

Desde então, tal visão me habita em profundeza

E é no meu ser - eterna, unicamente;

Vive no meu viver, olha no meu olhar.

27.1.12

 

Canções que começam com A
Songs that begin with an A

A Fool for You
Ray Charles




26.1.12

 

Canções que começam com A
Songs that begin with an A

A Rota do Indivíduo
Djavan




25.1.12

 

25 de janeiro
Sergio Pinheiro Lopes



Nasci um ano antes do Quarto Centenário, quando inauguraram o Ibirapuera. Havia barcos a remo e a motor no lago e um restaurante ao lado do deck. Ia-se a pé por ruas de sibipirunas e tipuanas.
Os Jardins podiam ser chamados de Pomares: havia ruas com jabuticabeiras, amoreiras, pés-de-café (tinha um na frente de casa) e muitas outras.
As pajens – era assim que as chamavam – andavam com os carrinhos de bebê nas praças, os táxis e os telefones eram pretos, os guarda-civis usavam uniforme azul e luvas brancas. Dava para jogar bola na rua Estados Unidos. No centro da Praça das Guianas havia uma árvore imensa. Quando eu era menino dava para ficar contando os carros que passavam pela 9 de Julho. Era lá que passava a parada de 7 de Setembro, e, no carnaval, havia corso na avenida Brasil.
O Harmonia não era clube de gente metida. A rua Canadá inundava em dia de chuva. O Morumbi não existia. A cidade acabava lá pelo Jockey Club, depois era ‘o pasto’, como se dizia. Hoje ando como alma penada nessa minha cidade, arrancando pedaços de memória das poucas casas de então, de um quebradinho na calçada, de uma ou outra árvore. Meu Tio Julinho parava o carro naquela esquina quando vinha tomar lanche no domingo. A Casa América tinha o melhor sorvete de pistache do mundo. O primeiro supermercado da cidade chamava-se Sirva-se, localizado na rua Augusta. Um pouco mais para cima ficavam o cine Paulista e a primeira lanchonete que só vendia hot-dog com fritas e hot fudge nut. Ia para o cinema, para a escola, para o clube, para visitar minha avó, tudo de bonde. Depois veio o ônibus elétrico que fazia hmmmmmmm quando acelerava. A praça das Bandeiras chamava “O Piques”, e a rua Direita era torta. O cine Marrocos era o mais aconchegante, e a Salada Paulista, na avenida Ipiranga, era restaurante de gente educada. Comia-se bem. Havia a praça da República e flores no largo do Arouche – acho que ainda têm. As meninas do Externato Meira eram as mais galinhas, e o Consulado Americano ficava no Conjunto Nacional, aquele, com o relógio da Willys (Overland do Brasil). O crioulo que fazia as entregas da Mercearia Vera chamava-se Sagüi, e todo dia era possível cruzar com o escocês e seu coolie. O tempo vivia nublado, sempre garoava. A cidade era mais fria, as pessoas mais quentes. Dormia-se de janela aberta. Meu cachorro Paddy andava solto, todo mundo o conhecia. Todas as ruas eram de paralelepípedos.
Esses meus cabelos brancos são apenas um disfarce.
Nunca cresci: continuo menino e continuo contando os carros.
Hoje é aniversário de São Paulo.

24.1.12

 

Canções que começam com A
Songs that begin with an A

A Boy Named Sue
Johnny Cash




23.1.12

 

Canções que começam com A
Songs that begin with an A

A Brisa do Coração
Dulce Pontes




22.1.12

 

Canções que começam com A
Songs that begin with an A

Água
Djavan




20.1.12

 

Canções que começam com A
Songs that begin with an A

At Last
Etta James






Obrigado Etta, por tudo o que nos deu.
Thanks Etta, for everything you have given us.

 

Canções que começam com A
Songs that begin with an A

Am I The One
Beth Hart




19.1.12

 

Canções que começam com A
Songs that begin with an A

Alvoroço no Sertão
Clara Nunes




18.1.12

 

Regras, Cortesia e Eficiência
Sergio Pinheiro Lopes



Normalmente uso o carro duas ou três vezes por dia em percursos que raramente ultrapassam 15 quilômetros.


Uma ocasião, estava me sentindo preso atrás de uma senhora (vi que era uma senhora mais para a frente), que andava devagar e ocupava as duas faixas de rolagem, enfim, uma situação comum no trânsito.


Sei dizer que, assim que pude, a ultrapassei, o transito estava livre e fui me embora. Uns dois quilômetros depois, ao parar num semáforo no início da Heitor Penteado, olhei para o lado e batata!, lá estava a senhora parada ao meu lado.


Comecei a refletir sobre o trânsito já faz algum tempo. E esse evento com a senhora fez uma diferença no meu refletir. Sabia, é claro, que o meu humor tinha uma grande influência no meu comportamento no trânsito. Notei também que dentro de um carro, meu ego fica maior. Exceto egocentrismos totalmente superficiais, como a marca, a potência, o modelo ou o ano do carro, que é pura semostração, meu ego passa a ocupar na rua o espaço de um carro, isto é, uns tantos metros quadrados, ao invés de apenas o espaço da minha pessoa. E não só isso, meu ego fica encapsulado dentro de um espaço que sinto como 'meu'. Onde, na minha cabeça maluca, sou eu a decidir o que fazer, quando e como.

Afora o fato de que um carro anda em uma velocidade muito superior a de um ser humano caminhando. Em um carro percebo muito menos as coisas que acontecem ao meu redor, na rua, e presto muito mais atenção ao universo específico dos automóveis, o que além de inevitável, é necessário para evitar acidentes. Pensei, por exemplo, que de uns anos para cá, ficou imprescindível dar seta antes de mudar de faixa ou de fazer uma conversão. Isso porque há muitos motoboys que, trafegando entre os carros, podem sofrer graves acidentes se eu mudo de pista sem sinalizar. Para não mencionar os outros motoristas que também merecem a mesma sinalização para melhor se deslocarem. Mas acontece que eu com meu ego exagerado, achava que podia decidir isso caso a caso. Que se fosse à noite e não houvesse trânsito, vamos dizer, dar a seta poderia ser dispensável. Ora, como sei que meu comportamento ao trânsito varia com meu humor, isso pode perfeitamente resultar em uma distração ou esquecimento meu e aí, já viu: posso causar um acidente. Ficou claríssimo então para mim que é muito mais razoável automatizar a prática de sinalizar minha direção. Assim, esse risco ao menos, desaparece.

Assim é também com todas as outras regras. A velocidade, por exemplo, que é de no máximo 60 Km/h na maioria das avenidas, com a exceção de algumas que podem ter limites de 70 Km/h ou até de 90 Km/h, em algumas vias expressas, se obedecidas, não só previnem acidentes por permitir um tempo razoável de reação em caso de imprevistos, como auxiliam no fluxo do trânsito, pois ficam todos em velocidades mais compatíveis entre si, proporcionando uma maior fluidez no movimento.

Ou não parar em lugares e horários proibidos. Esse comportamento, obviamente diminui o espaço de circulação nas ruas e, conseqüentemente, dificulta o fluxo natural dos veículos. Um único motorista parado em uma faixa onde o estacionamento é proibido, interrompe o fluxo e aumenta o trânsito Fila dupla, naturalmente, nem pensar.

Quando um carro à minha frente, põe seta sinalizando que quer mudar de faixa à minha frente, se acelero e ocupo o espaço impedindo-o de fazê-lo, duas coisas certamente acontecem: uma é que acelero e logo tenho que frear, pois só queria ocupar o espaço e não havia nem o espaço, muito menos a necessidade de aumentar a velocidade. A outra é que o outro motorista é interrompido em seu movimento e tem de frear, olhar no retrovisor e esperar que o próximo motorista seja mais razoável. Esse movimento atrapalha o fluxo de veículos atrás dele e, como se sabe, o trânsito funciona como ondas, fazendo marolas a perder de vista.

Eu suponho que todas essas coisas sejam verificáveis e mensuráveis pelos técnicos do assunto. E tenho a impressão de que a eficiência do trânsito melhoraria muito se essas mudanças de comportamento fossem adotadas por todos.

Mas o que posso garantir é que as mudanças no meu comportamento no trânsito melhoraram, e muito, a minha eficiência no ir e vir. Parece a mim que chego mais rápido, mais calmamente e mais eficientemente aos lugares para onde vou. Além de me tornar uma pessoa mais civilizada, pois essas mudanças de comportamento transbordam para outros aspectos da minha vida.


10.1.12

 

Alce Negro Fala



Muitos anos atrás, meu irmão apareceu com um livro chamado 'Alce Negro Fala' e me disse para lê-lo. Eu li. Esse livro modificou minha visão dos Estados Unidos, da história e da humanidade em geral. Ele ficou em meu coração desde aquela época. É a história da vida de um Homem Sagrado da tribo dos Oglala Sioux, como contada à John G. Neihardt. Estes são apenas os parágrafos iniciais e os acho muito comoventes. Fiz uma tradução livre deles. Estão aqui apenas para abrir o apetite. Talvez traduzam o livro ou talvez possam lê-lo no original, se o encomendarem.

Alce Negro Fala:

Meu amigo, vou contar a você a história da minha vida, como deseja; e se fosse apenas a história da minha vida acho que não a contaria; pois o que é um homem para fazer muito de seus invernos, mesmo quando eles o curvam como neve pesada? Da mesma forma muitos outros homens viveram e viverão esta história, até virarem grama cobrindo as colinas. É a história de toda a vida que é sagrada e é boa de se contar, e de nós seres de duas pernas partilhando a vida com os seres de quatro pernas e as asas do ar e todas as coisas verdes; pois estes são todos filhos de uma só mãe e seu pai é um único Espírito. 
 Esta, portanto, não é uma história de um grande caçador ou de um grande guerreiro, ou de um grande viajante, embora eu tenha feito muita carne em meu tempo e tenha lutado por meu povo tanto como menino quanto como homem, e tenha ido longe e visto terras e homens estranhos. Da mesma forma muitos outros o fizeram e melhor do que eu. Essas coisas irei lembrar de passagem, e muitas vezes elas poderão parecer ser os próprios eventos, como quando eu os estava vivendo em felicidade e tristeza. Mas agora que eu posso ver a tudo como se estivesse no topo solitário de uma colina, eu sei que foi a história de uma visão poderosa dada a um homem fraco demais para usá-la; de uma árvore sagrada que deveria ter florescido no coração de um povo com flores e pássaros cantando, e agora está seca; e do sonho de um povo que morreu na neve manchada de sangue. Mas se a visão foi verdadeira e poderosa, como eu sei que foi, ela é verdadeira e poderosa ainda; pois tais coisas são do espírito, e é na escuridão de seus próprios olhos que os homens se perdem.


 

Black Elk Speaks



Many years ago, my brother appeared with a book called Black Elk Speaks and told me to read it. I did. It changed my view of the United States, of history and of mankind in general. It has stayed in my heart ever since. It is the life story of a Holy Man of the Oglala Sioux as told to John G. Neihardt. These are just the opening paragraphs and it is very moving. This is just an appetizer, I hope you can find the book and read it.

Black Elk Speaks:
My friend, I am going to tell you the story of my life, as you wish; and if it were only the story of my life I think I would not tell it; for what is one man that he should make much of his winters, even when they bend him like a heavy snow? So many other men have lived and shall live that story, to be grass upon the hills.
It is the story of all life that is holy and is good to tell, and of us two-leggeds sharing in it with the four-leggeds and the wings of the air and all green things; for these are children of one mother and their father is one Spirit.
This, then, is not the tale of a great hunter or of a great warrior, or of a great traveler, although I have made much meat in my time and fought for my people both as boy and man, and have gone far and seen strange lands and men. So also have many others done, and better than I. These things I shall remember by the way, and often they may seem to be the very tale itself, as when I was living them in happiness and sorrow. But now that I can see it all as from a lonely hilltop, I know it was the story of a mighty vision given to a man too weak to use it; of a holy tree that should have flourished in a people’s heart with flowers and singing birds, and now is withered; and of a people’s dream that died in bloody snow.
But if the vision was true and mighty, as I know, it is true and mighty yet; for such things are of the spirit, and it is in the darkness of their eyes that men get lost.

9.1.12

 

It should be written on public building halls
and it should be written on cities walls
the pain divided is lessened
and the joy partaken multiplied

SPL

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