30.9.08

 

Rosa Meditativa
Salvador Dalí
1958

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História do Jazz
Jazz History
Malagueña
Stan Kenton



 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


O suicídio é uma solução permanente para um problema temporário.

(Phil Donahue)

 

Symphony # 9
Beethoven
Leonard Bernstein



 

Naquela Mesa
Sérgio Bittencourt
Elizete Cardoso



 

Poemas 375
Poems 375


Naquela Mesa
Sérgio Bittencourt
(Para seu pai, Jacob do Bandolin)

Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre, o que é viver melhor,
Naquela mesa ele contava estórias
Que hoje na memoria eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente e contava contente
O que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho, eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa no canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala no seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele
Tá doendo em mim

29.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


O medo da morte é consequência do medo da vida. Uma pessoa que vive plenamente está preparada para morrer a qualquer momento.
(Mark Twain)

 

Refugiados no campo de Korem
Etiópia, 1984
Refugees in the Korem camp
Ethiopia, 1984
Sebastião Salgado


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Prova do Holocausto 1
Evidence of the Holocaust 1


O Holocausto na alemanha nazista e nos países que ocupou marca a história da europa no pós guerra. Os três vídeos abaixo são duros e para quem tem estômago forte.
Como escrevi no livro de visitas do Museu do Holocausto em Buenos Aires: Jamais perdoar, jamais esquecer.
Em inglês, sem legendas.
***
The Holocaust in Nazi Germany and in the countries it occupied marks the history of post war Europe. The three videos below are hard and for those who are tough.
As I wrote in the visitor's book of the Museum of the Holocaust in Buenos Aires: Never to forgive, never to forget.
In English, no subtitles.


 

Prova do Holocausto 2
Evidence of the Holocaust 2



 

Prova do Holocausto 3
Evidence of the Holocaust 3



 

História do Jazz
Jazz History
Chet Baker



 

Poemas 374
Poems 374


Budismo Moderno

Augusto dos Anjos

Tome, Dr., esta tesoura, e ... corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo meu coração, depois da morte?!

Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esboroa
Ao contato de bronca destra forte!

Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;

Mas o agregado abstrato
das saudades
Fique batendo nas perpétuas
grades
Do último verso que eu fizer
no mundo!

27.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


Existem duas liberdades - a falsa, onde uma pessoa é livre para fazer o que gosta; e a verdadeira, onde ela é livre para fazer o que deve.
(Charles Kingsley)

 

Veronica
El Greco
1576-79


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Pós Guerra
Post War
O Muro de Berlim
The Berlin Wall
1961-1989


O livro Pós Guerra, Ed. Objetiva, 880 páginas, de Tony Judt e tradução de José Roberto O'Shea, é um dos livros de história mais importantes para se ler hoje em dia. Fornece uma quantidade imensa de informações fascinantes e preciosas sobre a devastação provocada pela II Guerra e de como a Europa se recuperou dela.
Também dá uma idéia muito precisa de como as coisas se passaram no leste europeu, com dados só recentemente colocados à disposição de historiadores. É fundamental para se entender porque o mundo em que vivemos hoje é como é.
Além disso, é primorosamente bem escrito e traduzido.

Os três vídeos abaixo mostram a história do Muro de Berlim, a cidade como era em 1936 e como ficou depois da guerra em 1945.
Legendas em inglês.
***
The book Post War, Penguin Books, 933 pages, by Tony Judt, is one os the most important history books to be read nowadays. It supplies a wealth of precious and fascinating information on the devastation provoked by WW II and of how Europe recovered from it.
It also gives a very precise idea of how things happened in eastern Europe, with data only recently made available to historians. It is essential to understand why the world we live in today is the way it is.
Besides that, it is remarkably well written.

The three videos below show the history of the Berlin Wall, the city as it was in 1936 and how it stood after the war in 1945.
English subtitles


 

Berlim 1936
Berlin 1936


Filme de propaganda nazista, mas que mostra a cidade antes da guerra.
Em alemão, sem legendas.
***
Nazi propaganda film, but which shows the city before the war.
In German, no subtitles.


 

Berlim 1945
Depois da Guerra
Berlin 1945
After the War


Legendas em inglês.

***
English subtitles.



 

História do Jazz
Jazz History
I Cant Get Started
Roy Eldridge



 

Poemas 373
Poems 373


Rotativas en Marcha

Alfredo Brandan Caraffa

El corazón de la tierra se ha puesto a latir:
es necesario pulverizar el silencio y todo ruido
también que no tenga mil años.
El pasado y los muertos
han caído desnudos en un viento de llamas.
Una gran catarata de aceros
golpea incontenible las futuras edades:
HOY
MAÑANA
DESPUÉS
los golpes aterrizan en un planeta sin sombra
bajo el cemento que trepida pectoral victorioso
pulmones gigantescos bombardean atmósferas
y la prole de émbolos da su alegría más clara
que una alegría de astros en el silencio.
Su gran rotativo conecta sus vísceras con un cable
de estrellas
y trepida el espacio
y se pone a trabajar una usina de mundos.
Y el corazón de la tierra es un motor ultrarrápido
enrojece la hélice poderosa del sol tan rápido
que la tarde,
hangar del viento
se ha puesto a temblar anunciando
el gran vuelo.


***

Rotativas em Marcha
(Tradução de Solón Borges dos Reis)

O coração da terra se pôs a bater
é preciso pulverizar o silêncio e todo
ruído também que não tenha mil anos.
O passado e os mortos
caíram nus em um vento de chamas.
Uma grande catarata de aços
incontível golpeia as futuras idades:
HOJE,
AMANHÃ,
DEPOIS.
Os golpes aterrizam em um planeta sem sombra,
Sob o cimento que trepida peitoral vitorioso
gigantescos pulmões bombardeiam atmosferas.
E a prole de ferro dá sua alegria de êmbolos mais claras
que uma alegria de astros em silêncio.
Seu grande rotativo conecta suas vísceras
com um cabo de estrelas
e o espaço trepida
e se põe a trabalhar uma usina de mundos.
E o coração da terra é um motor ultra-rápido
encandecida a hélice poderosa do sol tão rápido que a
tarde,
hangar do vento
se pôs a tremer anunciando
o grande vôo.


26.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


Força de caráter pode ser aprendida no trabalho, mas beleza de caráter é aprendida em casa.
(Henry Drummond)

 

Salli Ala Muhammad
Yusuf Islam & Friends
(Cat Stevens)



 

The Great Game
O Grande Jogo
Bolshaya Igra
Tashkent


Neste vídeo, e nos dois abaixo, algumas cidades na Ásia Central que foram importantes n'O Grande Jogo.
In this video, and in the two below, some cities in Central Asia which were important in The Great Game.


 

The Great Game
O Grande Jogo
Bolshaya Igra
Bokhara



 

The Great Game
O Grande Jogo
Bolshaya Igra
Samarkand



 

História do Jazz
Jazz History
Take the A Train
Joe Henderson Quartet



 

Poemas 372
Poems 372


A Brief History of Gods
Sukasah Syahdan

First, we worshipped the inanimate.

Next, we learned to worship the gods.
Later, we discovered the Deity.
Then, dazzled by our own Reason,
We returned to the inanimate
And ended up worshipping anything,
From football to economic growth.

25.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


O mal é fácil, e tem infinitas formas.

(Blaise Pascal)

 

Die Jakobsleiter
Shoenberg
Pierre Boulez



 

Fila do pão durante a enchente de Louisville
Bread Line during the Louisville flood
Margaret Bourke-White
1937


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Rainha Vitória c. 1900
Queen Victoria c. 1900



Trecho do monólogo "400 anos de História Inglesa" apresentado pelo artista/historiador George S. Stuart como parte de uma mostra de suas Figuras Históricas. Fala da morte do Príncipe Albert e seus efeitos na Rainha e seu reinado.
Excerpt from the historical monologue "400 Years of English History" presented by artist/historian George S. Stuart as part of an exhibit of his Historical Figures. He speaks of the death of Prince Albert and its effects on the Queen and her rule.

Em inglês, sem legendas.
***
In English, no subtitles.


 

The Great Game
O Grande Jogo
Bolshaya Igra
Bactrians, Arachosians, Gandharians, Persians, Medes


Alguns dos povos que vieram a fazer parte d'O Grande Jogo, suas invasões e jóias.
Some of the people who came to be part of The Great Game, their invasions and jewelry.

Em inglês, sem legendas
***
In English, no subtitles.




 

História do Jazz
Jazz History
Giant Steps
McCoy Tyner



 

Poemas 371
Poems 371


Traduzir-se
Ferreira Gullar


Uma parte de mim é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:

outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
_ que é uma questão
de vida ou morte _
será arte?

24.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


Não há pássaro cantor que pouse em árvore que não dá flor.

(Martín Fierro de José Hernandez)

 

Chauntzu
Jorge Luiz Borges




Em inglês.
***
In English.

 

Gilingham Mill
John Constable
1824


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História do Jazz
Jazz History
Walking Shoes
Gerry Mulligan et al
1956



 

The Great Game
O Grande Jogo
Bolshaya Igra
A Rainha Vitória c. 1837
Queen Victoria c. 1837




Em inglês, sem legendas.
***
In English, no subtitles.


 

The Great Game
O Grande Jogo
Bolshaya Igra
A Velha Cidade de Khiva
The Old City of Khiva


"The Great Game", ou "O Grande Jogo", foi a disputa entre os impérios Inglês e Russo pelo controle da Ásia Central nos séculos 18 e 19.
Postei hoje dois vídeos a respeito, este primeiro, sobre a cidade de Khiva, e o acima deste, sobre a Rainha Vitória que reinou durante a maior parte do período.
Bolshaya Igra é O Grande Jogo em búlgaro, e o nome de um filme russo de 1938 sobre o assunto.
A minha fonte é o livro "The Great Game", 565 páginas, de Peter Hopkirk, publicado em 1990 pela Kodansha International.



 

Poemas 370
Poems 370


Cuando la Pulpa Abandone los Racimos

Alfredo Palacio

y el poeta anuncie su partida
el rocío
no será el huésped de la noche.
Entonces
no habrá magia ni palabras.
Sólo mariposas negras
sobre el mar reseco y sin sentido.

***
Quando a Polpa Abandone os Cachos
(Tradução Antonio Miranda)


e o poeta anuncie sua partida
o sereno
será o hóspede da noite.
Então
não haverá magia nem palavras.
Apenas borboletas negras
sobre o mar ressecado e sem sentido.

22.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


O segredo da criatividade é saber esconder suas fontes.

(Albert Einstein)

 

Ferry Cross the Mersey
Gerry and the Pacemakers



 

Stepanova com um Cigarro
Stepanova with a Cigarette
Alexander Rodchenko
1924


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The Great Game
O Grande Jogo
Bolshaya Igra
İmam Şamil'den Özlü Sözler


"The Great Game", ou "O Grande Jogo", foi a disputa entre os impérios Inglês e Russo pelo controle da Ásia Central nos séculos 18 e 19.
Postei hoje dois vídeos a respeito , este primeiro, de música, sobre um herói circassiano, que é vagamente sobre o assunto, e o abaixo deste, sobre um dos lugares mais importantes desta disputa como era recentemente, isto é, em 1990.
Esse jogo, em outras proporções, naturalmente, pode ser observado ainda hoje, com a Rússia se comportando como um impériozinho na Ásia Central, vide a recente disputa por regiões da Geórgia empreendidas pelo Sr. Putin, ou a guerra em curso no Afganistão.
A minha fonte é o livro "The Great Game", 565 páginas, de Peter Hopkirk, publicado em 1990 pela Kodansha International.



 

The Great Game
O Grande Jogo
Bolshaya Igra
The Khyber Pass in August 1990



 

História do Jazz
Jazz History
In a Mellow Tone
Bennie Carter



 

Poemas 369
Poems 369


First Day of Spring
Matsuo Basho

First day of spring--

I keep thinking about
the end of autumn.

21.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


A inveja é a alavanca do sistema.

Confere?

 

Después
Osvaldo Pugliese y Abel Córdoba



 

New York City
Piet Mondrian
1941-42


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I've Seen Things
Blade Runner
Riddley Scott



 

Romance de un Perseguido
José Larralde



 

História do Jazz
Jazz History
Teddie Wilson



 

Poemas 368
Poems 368


Quadrilha
Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.


20.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


Você faz noventa e nove favores à uma pessoa. Se negar um, deverá os cem.

 

Requiem
Wolfgang Amadeus Mozart



 

Progresso
Progreso
Jesse Trevino
1977


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Tengo Ganas De Un Beso
Agustín Lara



 

Sto male (je suis malade)
Ornella Vanoni



 

Western Spaghetti



 

História do Jazz
Jazz History
Lennie Tristano



 

Poemas 367
Poems 367


We Are The Time. We Are The Famous

Jorge Luis Borges

We are the time. We are the famous
metaphor from Heraclitus the Obscure.

We are the water, not the hard diamond,
the one that is lost, not the one that stands still.

We are the river and we are that greek
that looks himself into the river. His reflection
changes into the waters of the changing mirror,
into the crystal that changes like the fire.

We are the vain predetermined river,
in his travel to his sea.

The shadows have surrounded him.
Everything said goodbye to us, everything goes away.

Memory does not stamp his own coin.

However, there is something that stays
however, there is something that bemoans.


19.9.08

 

Naranjo en Flor
Polaco Goyeneche




Era mas blanda que el agua,
que el agua blanda,
era mas fresca que el rio,
naranjo en floor...

Y en esa calle de estio,
calle perdida,
dejo un pedazo de vida
y se marcho...

Primero hay que saber sufrir,
despues amar, despues partir
y al fin andar sin pensamiento...
Perfume de naranjo en flor,
promesas vanas de un amor
que se escaparon en el viento...

Despues, que importa el despues?
Toda mi vida es el ayer
que me detiene en el pasado,
eterna y vieja juventud
que me ha dejado acobardado
como un pajaro sin luz.

Que le habran hecho mis manos?
Que le habran hecho
para dejarme en el pecho
tanto dolor?

Dolor de vieja arboleda,
cancion de esquina
con un pedazo de vida,
naranjo en flor...

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


Não se desaponte, perca todas as esperanças.

 

Tango Triste
Anibal Troilo



 

Sem Título, Denver
Untitled, Denver
Robert Adams
1970-1974


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Sweet Home Chicago
Buddy Guy



 

História do Jazz
Jazz History
Freddie Hubbard



 

Poemas 366
Poems 366


Al Despertar, Día Tras Día

Néstor Mux

Al despertar, día tras día, abrimos la ventana
para comprobar que los dueños de la tierra
todavía no la han destruido del todo.

Acariciamos los animales
que protegen el descanso de los nuestros
mientras el agua hospitalaria
de la pava y el mate recibe condescendiente
a estos modestos poetas de provincia.

La razón apenas entreabierta, entonces,
el cuchillo de ardor en el estómago
y la cáscara fastidiosa de los sueños
no dejan de recordamos que sin porvenir
la palabra —como la vida— es difícil.

Sin embargo con la cautela de los náufragos
nos acercamos a la máquina de escribir
y en el espacio sin límites
de la hoja en blanco, creemos escuchar
un silencio poblado de temblores,
una música que insiste
hundida en un territorio de promesas.

***
Ao Despertar, Dia Após Dia
(Tradução Antonio Miranda)

Ao despertar, dia após dia, abrimos a janela
para comprovar que os donos da terra
ainda não a destruíram completamente.

Acariciamos os animais
que protegem o descanso dos nossos
enquanto a água hospitaleira
da chaleira com o mate recebe condescendente
estes modestos poetas de província.

A razão apenas entreaberta, então,
a lâmina de ardor no estômago
e a casca enfadonha dos sonhos
não deixam de lembrar-nos que, sem porvir,
a palavra —como a vida— é difícil.

No entanto, com a cautela dos náufragos
vamos para a máquina de escrever
e ao espaço sem limites
da folha em branco, supondo escutar
um silêncio povoado de tremores,
a música que insiste
afundada num território de promessas.

17.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


Às vezes é mais importante ser humano, do que ter bom gosto.

(Bertold Brecht)

 

C'est Extra
Léo Ferré



 

No Café
At the Café
Paul Gauguin
1888


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Sentir-se Jovem
Juca Chaves




Sentir-se jovem é sentir o gosto
De envelhecer ao lado da mulher
Curtir ruga por ruga de seu rosto
Que a idade sem vaidade lhe trouxer
O corpo transformar-se em escultura
O Tempo apaixonado é um escultor
E a fêmea oculta na mulher madura
Explode em sensuais formas de amor
E a fêmea, esta escultura,
Já mulher madura
Explode em sensuais formas de amor

Ser jovem cinqüentão não é preciso
Provar que emagrecer rejuvenesce
Pois a melhor ginástica é o sorriso
E quem sorri de amor nunca envelhece
Amar ou desamar sem sentir culpa
Desafiando as leis do coração
Não faça da velhice uma desculpa
E nem da juventude profissão
Idade não é culpa
Velhice não é desculpa
Nem mesmo a juventude é profissão

Fica mais velho quem tem medo de ser velho
Roubando sonhos de alguma adolescente
Dizer que ele "dá duas", que é potente
Mentir para si próprio e para o espelho
A idade é uma verdade, não ilude
Quem dividiu a vida com prazer
Velho é se drogar de juventude
Ser jovem é saber envelhecer
Velho é quem se ilude
Que a idade é juventude
Ser jovem é saber envelhecer

 

Mi Noche Triste
Anibal Troilo



 

Hello, I Must Be Going
Groucho Marx



 

Poemas 365
Poems 365


O Açúcar

Ferreira Gullar

O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
Não foi feito por mim.

Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e
Tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.

Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.

16.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


A gente sabe o que se fazia em Sodoma, mas que diabos faziam em Gomorra?

 

Desde El Alma
Nelly Omar



 

Bastidores no Folies-Bergere
Backstage at the Folies-Bergere
Brassai (Gyula Halasz)
1933


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Go West from Copacabana
Groucho Marx



 

Young Frankenstein
Mel Brooks



 

Deus Lhe Pague
Chico Buarque
Elis Regina




Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer, e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague

Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí"
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
Um crime pra comentar e um samba pra distrair
Deus lhe pague

Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi
Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem pra engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem pra cair
Deus lhe pague

Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir
Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague

 

Poemas 364
Poems 364


At the Vietnam War Memorial

Craig Erick Chaffin

Black granite stretches its harsh, tapering wings
up to pedestrian-level grass
but sucks me down, here, at the intersection of names.
I forgive, I must, though I wish something
could heal this wound in the earth.

Behold, all theorists, the price of theory:
extreme unction by napalm and blood,
vets shipped home whole or in pieces:
The VA grants prostheses
but not minds free of horror.

In jungles tumescent, through villages
of straw, by the Mekong where catfish
sleep in mud-heaven, we tramped,
disarming mines and flushing tunnels,
killing women and children
for potential collaboration,
smoking Thai-stick until stuporous—
still, the sound of Charlie
played on every frond.

Beat against this polished rock, America,
this vast projective surface for your sins,
wear your bloody heart out.
It's not how many died
but that they died in vain, achieving
nothing except our grief for them.

It's said you cannot write a good poem
until recollected in tranquility.
Let this then be a bad poem, bad as the war,
dividing author from reader and reader from page.
Let it drive a wedge between fathers and sons.
Let fathers mistake rebellion for disloyalty,
let sons mistake honor for stupidity,
let senators mistake appropriation for commitment,
let mothers confuse waste with sacrifice,
let sisters turn to prostitution to forget.

Let teachers suicide in public in partial recompense,
let preachers castrate themselves for passive assent,
let everything in America that breathes
hang its head in irrefragable shame.
Here is the legacy of your assumptions,
here the necropolis of your dark-suited wisdom:
A city set in a pit cannot be hid.

15.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


Sobre a Vírgula:


Uma vírgula pode ser uma pausa... ou não:

Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro:
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária:
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis:
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões:
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Pode ser a solução:
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião:
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.


Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro à sua procura.


Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de "mulher".
Se você for homem, colocou a vírgula depois de "tem".

Eu, não nós.

Mude para:

Eu não, nós.

(Atribuído a ABI - Associação Brasileira de Imprensa)



 

Papoulas do Oriente
Oriental Poppies
Georgia O'Keeffe
c. 1928


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El Último Café
Julio Sosa




Música: Héctor Stamponi
Letra: Cátulo Castillo


Llega tu recuerdo en torbellino,
vuelve en el otoño a atardecer
miro la garúa, y mientras miro,
gira la cuchara de café.

Del último café
que tus labios con frío,
pidieron esa vez
con la voz de un suspiro.

Recuerdo tu desdén,
te evoco sin razón,
te escucho sin que estés.
"Lo nuestro terminó",
dijiste en un adiós
de azúcar y de hiel...

¡Lo mismo que el café,
que el amor, que el olvido!
Que el vértigo final
de un rencor sin porqué...

Y allí, con tu impiedad,
me vi morir de pie,
medí tu vanidad
y entonces comprendí mi soledad
sin para qué...

Llovía y te ofrecí, ¡el último café!

 

Malena
Roberto Polaco Goyeneche




Malena canta el tango como ninguna
y en cada verso pone su corazón.
A yuyo del suburbio su voz perfuma,
Malena tiene pena de bandoneón.
Tal vez allá en la infancia su voz de alondra
tomó ese tono oscuro de callejón,
o acaso aquel romance que sólo nombra
cuando se pone triste con el alcohol.
Malena canta el tango con voz de sombra,
Malena tiene pena de bandoneón.

Tu canción
tiene el frío del último encuentro.
Tu canción
se hace amarga en la sal del recuerdo.
Yo no sé
si tu voz es la flor de una pena,
sólo sé que al rumor de tus tangos, Malena,
te siento más buena,más buena que yo.

Tus ojos son oscuros como el olvido,
tus labios apretados como el rencor,
tus manos dos palomas que sienten frío,
tus venas tienen sangre de bandoneón.
Tus tangos son criaturas abandonadas
que cruzan sobre el barro del callejón,
cuando todas las puertas están cerradas
y ladran los fantasmas de la canción.
Malena canta el tango con voz quebrada,
Malena tiene pena de bandoneón.

 

A Cúmplice
Juca Chaves




Eu quero uma mulher
que seja diferente
de todas que eu já tive,
todas tão iguais
que seja minha amiga,
amante, confidente
a cúmplice de tudo
que eu fizer a mais.
No corpo tenha o sol
no coração a lua
a pele cor de sonho
as formas de maçãs
a fina transparência
uma elegância nua
o mágico fascínio
o cheiro das manhãs.

Eu quero uma mulher
de coloridos modos
que morda os lábios sempre
que for me abraçar
no seu falar provoque
o silenciar de todos
e seu silêncio obrigue
a me fazer sonhar
Que saiba receber
e saiba ser bem-vinda
e possa dar jeitinho
em tudo que fizer
e que ao sorrir provoque
uma covinha linda
de dia, uma menina
à noite, uma mulher.



 

Poemas 363
Poems 363


Ligero de Equipage

Hilde Domin
(Museo del Holocausto, Bs.As.)

No te acostumbres
No debes acostumbrarte.
Una rosa es una rosa.
Pero un hogar
no es un hogar.

Desiste el perro faldero
Que te menea con su cola
desde las vidrieras,
Él se equivoca. Tú
no hueles a quedarte.

Una cuchara es mejor que dos
Cuélgate al cuello
te es permitido tener una,
ya que con la mano
es demasiado difícil tomar el líquido caliente.

Te es permitido tener una cuchara,
Una rosa,
quizás un corazón.
y, quizás,
una tumba.

14.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


Não se deve confiar em um homem que não respeita as mulheres.

(Caco Barcellos)

 

Cambalache
Roberto Goyeneche



 

De Mi Barrio
Susana Rinaldi




(Thanks Ivan)

 

Caminito
Carlos Gardel



 

Poemas 362
Poems 362


Caminito

Música: Juan de Dios Filiberto
Letra: Gabino Coria Peñaloza

Caminito que el tiempo ha borrado,
que juntos un día nos viste pasar,
he venido por última vez,
he venido a contarte mi mal.

Caminito que entonces estabas
bordado de trébol y juncos en flor,
una sombra ya pronto serás,
una sombra lo mismo que yo.

Desde que se fue
triste vivo yo,
caminito amigo,
yo también me voy.

Desde que se fue
nunca más volvió.
Seguiré sus pasos...
Caminito, adiós.

Caminito que todas las tardes
feliz recorría cantando mi amor,
no le digas, si vuelve a pasar,
que mi llanto tu suelo regó.

Caminito cubierto de cardos,
la mano del tiempo tu huella borró...
Yo a tu lado quisiera caer
y que el tiempo nos mate a los dos.

12.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


A diferença entre luta e treino:
A luta é para destruir o adversário; o treino, para construí-lo.
Também é verdade dos debates.

 

Vasija de Barro
Chalchaleros



 

Memphis, Tennessee
William Eggleston
1970´s



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El Carbonero
La Lupe



 

O Golpe Militar de 11 de setembro de 1973
The Military Coup of September 11, 1973
Chile



 

História do Jazz
Jazz History
A Night in Tunisia
Jimmy Smith Quintet



 

Poemas 361
Poems 361


Supposing That I Should Have the Courage
Stephen Crane

Supposing that I should have the courage

To let a red sword of virtue
Plunge into my heart,
Letting to the weeds of the ground
My sinful blood,
What can you offer me?
A gardened castle?
A flowery kingdom?

What? A hope?
Then hence with your red sword of virtue.

11.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


Desconhecer a história é condenar-se a vê-la repetida.

 

Guernica
Guernica
Pablo Picasso
1937



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11 S
11 de Setembro
9/11
SP Lopes


Hoy es el once S. Un día infame. Quieren nos hacer creer, en la medía, que la gran infamia dese día fue el ataque al World Trade Center en Nueva York.
Lamento los casi tres mil muertos e solidarizo me con sus familias.
Soy contra asesinatos y terrorismos de cualquier tipo.
Mas la verdad es que, para nosotros, Latinoamericanos, el once de setiembre es el cumpleaños del golpe de estado dado por Pinochet en Chile hace 35 años.
Muchos miles de muertos y personas torturadas resultaran de esa infamia anterior.
Fue planeado y ejecutado con el auxilio y los dólares de Washington.
Perdonen entonces, que en esta fecha, al revés, elegimos llorar nuestros muertos.
***
Hoje é onze de setembro. Um dia infame. Querem-nos fazer crer, na mídia, que a grande infâmia deste dia foi o ataque ao World Trade Center em Nova York.
Lamento os quase 3 mil mortos e me solidarizo com suas famílias.
Sou contra assassinatos e terrorismos de qualquer espécie.
Mas a verdade é que, para nós, Latino-Americanos, o onze de setembro é o aniversário do golpe dado por Pinochet no Chile há 35 anos.
Muitos milhares de mortos e pessoas torturadas resultaram desta infâmia anterior.
Foi planejado e executado com o auxílio e os dólares de Washington.
Perdoem-nos então, que nesta data, ao invés, escolhamos chorar nossos mortos.
***
Today is September 11. A day of infamy. They want us to believe, in the media, that the great infamy of this day was the attack on the World Trade Center in New York.
I am sorry for the almost 3 thousand dead and I sympathize with their families.
I am against assassinations and terrorisms of any kind.
But the truth is that, for us, Latin-Americans, the nine eleven is the anniversary of the coup given by Pinochet in Chile 35 years ago.
Many thousands of dead and tortured people resulted from this previous infamy.
It was planned and executed with the help and the dollars of Washington.
Forgive us then, that in this date, instead, we choose to cry our dead.

 

Maldigo Al Alto Cielo
Violeta Parra
Pedro Saavedra




Maldigo del alto cielo
La estrella con su reflejo
Maldigo los azulejos
Destellos del arroyuelo
Maldigo del bajo suelo
La piedra con su contorno
Maldigo el fuego del horno
Porque mi alma está de luto
Maldigo los estatutos
Del tiempo con sus bochornos
Cuánto será mi dolor.

Maldigo la cordillera
De los andes y de la costa
Maldigo señor la angosta
Y larga faja de tierra
También la paz y la guerra
Lo franco y lo veleidoso
Maldigo lo perfumoso
Porque mi anhelo está muerto
Maldigo todo lo cierto
Y lo falso con lo dudoso
Cuánto será mi dolor.

Maldigo la primavera
Con sus jardines en flor
Y del otoño el color
Yo lo maldigo de veras
A las nubes pasajeras
Las maldigo tanto y tanto
Porque me asiste un quebranto
Maldigo el invierno entero
Con el verano embustero
Maldigo profano y santo
Cuánto será mi dolor.

Maldigo a la solitaria
Figura de la bandera
Maldigo cualquier emblema
La venus y la araucaria
El trino de la canaria
El cosmos y sus planetas
La tierra y todas sus grietas
Porque me aqueja un pesar
Maldigo del ancho mar
Sus puertos y sus caletas
Cuánto será mi dolor.

Maldigo luna y paisaje
Los valles y los desiertos
Maldigo muerto por muerto
Y al vivo del rey al paje
Al ave con su plumaje
Yo la maldigo a porfía
Las aulas , las sacristías
Porque me aflije un dolor
Maldigo el vocablo amor
Con toda su porquería
Cuánto será mi dolor.

Maldigo por fin lo blanco
Lo negro con lo amarillo
Obispos y monaguillos
Ministros y predicandos
Yo los maldigo llorando
Lo libre y lo prisionero
Lo dulce y lo pendenciero
Le pongo mi maldición
En griego y español
Por culpa de un traicionero
Cuánto será mi dolor.

 

História do Jazz
Jazz History
Lush Life
Mary Lou Williams & Stan Getz



 

Poemas 360
Poems 360


Tiempos de Repliegue
Barbara Delano
(Poeta Chilena)

El Estadio está vacío
Y sin embargo
Hemos permanecido desde hace muchos años
Aquí
Frente a este partido que nos fue postergado
¿Recuerdas?, estábamos en una ronda
Gigante, un carrusel indetenible
Cantando,
Empezando a decirnos adiós.
Las líneas están trazadas a media cancha
A pesar que
Desde mucho tiempo el estadio está vacío
Aquí
Donde no hay árbitro porque
Murieron los jugadores cansados sudando
Un tiempo ya perdido
Aquí sólo se escucha el ruido de un reloj
Reflejado en un espejo
(¿Recuerdas cuando cantábamos?: “Ana se irá. Y no
Volver nunca y jamás retornar, y pasar
Porque nunca habrá después
Otro nombre para escribir con sangre
Galopar hasta jamás volver…”).
El estadio está vacío aunque
Desde el fondo
Seguimos en silencio esperando las canciones
Aquí
Donde las voces son todavía un instrumento
Mudo;
(Recuerdas esas voces visionarias,
Intuiciones esperantes
Que cantábamos:
“…Ana, algún día estaremos solos
En la noche, sudando frío
En el rincón del patio donde
Caen fetos de gorriones
Después de las lluvias, y no queremos
Decir palabras
Y queremos recomenzar
Y será tarde. Ana
Olvidar es morir…”
El estadio está vacío y sin embargo
Hemos permanecido obstinadamente
Aquí
Donde esperamos el principio del partido
Para siempre, otra vez
Otra vez
Olvidar efectivamente fue morir.



***

Tempos de Retirada
(Tradução de Antonio Miranda)

O Estádio está vazio
E no entanto
Permanecemos aqui há vários anos
Aqui
Diante deste jogo que nos foi postergado
Lembras?, estávamos numa roda
Gigante, um carrossel contínuo
Cantando,
Começando a dizer-nos adeus.
As linhas estão traçadas a meia cancha
Apesar de que
Há muito tempo o estádio vazio
Aqui
Onde não há árbitro porque
Morreram os jogadores cansados suando
Um tempo já perdido
Aqui apenas se escuta o ruído do relógio
Refletindo em um espelho
(Recordas quando cantávamos?): “Ana se irá. Y no
Volver nunca y jamás retornar, y pasar
Porque nunca habrá después
Otro nombre para escribir con sangre
Galopar hasta jamás volver...”)
O estádio está vazio apesar
De que desde o fundo
Seguimos em silêncio esperando as canções
Aqui
Onde as vozes são ainda um instrumento
Mudo;
(Recordas essas vozes visionárias,
Intuições expectantes
Que cantávamos:
“…Ana, algún día estaremos solos
En la noche, sudando frío
En el rincón del patio donde
Caen fetos de gorriones
Después de las lluvias, y no queremos
Decir palabras
Y queremos recomenzar
Y será tarde. Ana
Olvidar es morir…”
O estádio está vazio e no entanto
Permanecemos obstinadamente
Aqui
Onde esperamos o início do jogo
Para sempre, outra vez
Outra vez
Esquecer efetivamente foi morrer.

10.9.08

 

Dando um Toque
SP Lopes
Setembro
2008


Um brinde: À fonte, para que nunca seque.

 

Mãos e Dedal - Georgia O'Keeffe
Hands and Thimble - Georgia O'Keeffe
Alfred Stieglitz
1920


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História do Jazz
Jazz History
Fonky Braggin'
Jaco Pastorius



 

Poemas 359
Poems 359


Soneto del Vino
Jorge Luis Borges

¿En qué reino, en qué siglo, bajo qué silenciosa
Conjunción de los astros, en qué secreto día
Que el mármol no ha salvado, surgió la valerosa
Y singular idea de inventar la alegría?
Con otoños de oro la inventaron. El vino
Fluye rojo a lo largo de las generaciones
Como el río del tiempo y en el arduo camino
Nos prodiga su música, su fuego y sus leones.
En la noche del júbilo o en la jornada adversa
Exalta la alegría o mitiga el espanto
Y el ditirambo nuevo que este día le canto
Otrora lo cantaron el árabe y el persa.
Vino, enséñame el arte de ver mi propia historia
Como si ésta ya fuera ceniza en la memoria.
***
(Tradução de Anderson Braga Horta)

Em que reino, em que tempo e sob que silenciosa
Conjunção planetária, em que secreto dia
Que o mármore não guardou, surgiu a generosa
E singular idéia de inventar a alegria?
Com outonos de ouro a inventaram. O vinho
Vermelho e ardente flui banhando as gerações
Como o rio do tempo, e em seu árduo caminho
Seu cântico nos doa, e seu fogo e seus leões.
Na jubilosa noite e na jornada adversa
Ele exalta a alegria ou suaviza o espanto.
E o ditirambo que hoje, efusivo, lhe canto
Disse-o o árabe uma vez, cantou-o outrora o persa.
Vinho, ensina-me a arte de ver a minha própria história
Como se fora já cinza e pó na memória.

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