17.1.07

 

Poemas favoritos XXV
Favorite poems XXV


Um Poema de Chagall

(Tradução de Manuel Bandeira)

Só é meu
O país que trago dentro da alma.
Entro nele sem passaporte
Como em minha casa.
Ele vê a minha tristeza
E a minha solidão.
Me acalanta.
Me cobre com uma pedra perfumada.
Dentro de mim florescem jardins.
Minhas flores são inventadas.
As ruas me pertencem
Mas não há casas nas ruas.
As casas foram destruídas desde a minha infância.
Os seus habitantes vagueiam no espaço
À procura de um lar.
Instalam-se em minha alma.
Eis por que sorrio
Quando mal brilha o meu sol.
Ou choro
Como uma chuva leve
Na noite.
Houve tempo em que eu tinha duas cabeças.
Houve tempo em que essas duas caras
Se cobriam de um orvalho amoroso.
Se fundiam como o perfume de uma rosa.
Hoje em dia me parece
Que até quando recuo
Estou avançando
Para uma alta portada
Atrás da qual se estendem muralhas
Onde dormem trovões extintos
E relâmpagos partidos.
Só é meu
O mundo que trago dentro da alma.
***
The Oft-Repeated Dream
Robert Frost

She had no saying dark enough
For the dark pine that kept
Forever trying the window-latch
Of the room where they slept.

The tireless but ineffectual hands
That with every futile pass
Made the great tree seem as a little bird
Before the mystery of glass!

It never had been inside the room,
And only one of the two
Was afraid in an oft-repeated dream
Of what the tree might do.

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