24.2.07
Poemas favoritos LX
Favorite poems LX
Desaparecença
Paulo Leminski
Nada com nada se assemelha.
Qual seria a diferença
entre o fogo do meu sangue
e esta rosa vermelha?
Cada coisa com seu peso,
cada quilômetro, seu quilo.
De que é que adianta dizê-lo,
isto, sim, é como aquilo?
Rudo o mais que acontece,
nunca antes sucedeu.
E mesmo que sucedesse,
acontece que esqueceu.
Coisas não são parecidas,
nenhum paralelo possível.
Estamos todos sozinhos.
Eu estou, tu estás, eu estive.
***
RiprapGary Snyder
Riprap: a cobble of stone laid on steep,
slick rock to make a trail for horses in
the mountains.
Lay down these words
before your mind like rocks.
Placed solid, by hands
In choice of place, set
before the body of the mind
in space and time:
Solidity of bark, leaf, or wall
riprap of things:
Cobble of milky way,
straying planets,
these poems, people,
lost ponies with
Dragging saddles
and rocky sure-foot trails.
The worlds like an endless
four-dimensional
Game of Go.
Ants and pebbles
in the thin loam, each rock a word
a creek-washed stone
granite: ingrained
with torment of fire and weight.
Crystal and sediment linked hot
all change, in thoughts,
As well as in things.