1.2.07

 

Poemas favoritos XXXVIII
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Sabás

Nicolás Guillén
(Tradução Carlos Grifo)

Vi eu Sabás, o negro sem veneno,
a pedir seu pão de porta em porta.
Porquê, Sabás, a mão aberta?
(Este Sabás é um bom negro.)

Dêem-te embora pão, o pão é pouco,
menos ainda o pão de porta em porta.
Porquê, Sabás, a mão aberta?
(Este Sabás é um negro louco.)

Vi eu Sabás, o negro hirsuto,
pedir por Deus p'ra sua morta.
Porquê, Sabás, a mão aberta?
(Este Sabás é um negro bruto.)


Pega teu pão, mas não de joelhos;
pega o teu sol, tua esperança certa,
como a um toiro pelos chavelhos.
Põe-te de pé no meio da porta,
mas não com essa mão aberta,
nem a bondade que é de louco;
dêem-te embora o pão, o pão é pouco,
menos ainda o pão de porta em porta.

Caramba, Sabás, que não se diga...!
Aperta esses calções,
e olha lá, vê se os compões
para educares a barriga!
A morte é, às vezes, boa amiga,
e não comer, quando é preciso
para comer, pão submisso,
tem beleza. O céu abriga.
O sol aquece. E é macio o piso
do portal. Espera um pouco,
firma teu passo irresoluto,
levanta mais o tom...
Caramba, Sabás, não sejas tão louco!
Sabás, não sejas tão bruto,
nem tão bom.
***
Father
Tom MacIntyre

His coffin
knows my shoulder
best of all,
I was the one
who wasn't there.

Nightly,
a bell calls,
I rise,
hunt a funeral
and stumble home.

Once though,
he stood before me,
spade outstretched,
spun handle and blade,
found a radius,
and three times
flashed ordered circles
into my angry breath.

He put the spade aside,
touched my face,
calmed me, spoke -
'short sorrow is a long sword.'

Then the light
was customary grey.

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