20.1.08
Flashes Cotidianos
Sergio Pinheiro Lopes
Blogosfeira
Tenho ido, quase todas as manhãs, a blogosfeira.
Assim que recém-chegada a manhã, parto em busca do que está dando sopa, em termos de cultura e entretenimento, na produção humana, em blogs, sítios genéricos, sítios de vídeo e de poesia, de literatura e pintura e nem sei mais o que. Do bem-feito ao bem-sacado, na minha modesta opinião, é claro, nas mil performances artísticas possíveis de serem acessadas e curtidas no vasto mundo da informação disponível hoje em dia.
Vivemos em um mundo ‘Koyaanisqatsi’, se é que me entendem, tudo em velocidade alucinante, novas tecnologias pipocando aqui e ali, quase que diariamente.
Além disto, de uns tempos para cá, a mídia, mais uma vez, se tocou que podia cevar no medo e pânico ancestral que temos do fim do mundo. Agora é o aquecimento global, a ameaça atômica dos anos 00. Para não falar neste 00 aí que, para alguns, já é apavorante em si mesmo. Há um receio de extinção no ar.
Isto está em toda parte, muito embora o mundo já tenha acabado diversas vezes ao longo da história, como bem retrata Otto Friedrich em seu “Fim do Mundo”, publicado no Brasil pela Record - 2001, 476 páginas. Do saque de Roma a Auschwitz, da Santa Inquisição ao terremoto de Lisboa.
Quando é chegada a hora e a vez de enfrentar a própria loucura, sempre parece ser a última.
Percebe-se – talvez até incentivada pelo estresse vigente – uma ansiedade, uma inquietação nos olhares, nos gestos nervosos e nos inconscientes das pessoas.
No entanto, é a primeira vez na história que está disponível, ao alcance das mãos, literalmente, tal quantidade de informação.
Cinqüenta séculos de cultura na ponta dos seus dedos.
Mas, de volta à prosaica blogosfeira. A dificuldade é encontrar a informação, saber quais perguntas fazer, ou como na piada:
‘Se o amor é a resposta, qual diabos é a pergunta?’
É preciso equipar-se com uma espécie de ‘detector de bobagens’, mas este é um equipamento que se obtém a custa de muita leitura, de muita passagem por material ruim, principalmente. Mas, arrogante que sou, me aventuro à caça de tesouros no que chamo de blogosfeira. E, como em toda feira, nem tudo são achados, há muita xepa. Mas quando os encontro, quando considero que é do interesse dos que acessam meu blog, embora não saiba exatamente quem são essas pessoas, os posto.
Assim vou construindo, também, uma história pessoal, um registro dos muitos belos e dos muitos veros que encontro pelo caminho.