19.2.09

 

Ditadura
Sergio Pinheiro Lopes
(carta publicada hoje na seção Painel do Leitor da Folha de S.Paulo)


"Golpe de Estado dado por militares derrubando um governo eleito democraticamente, cassação de representantes eleitos pelo povo, fechamento do Congresso, cancelamento de eleições, cassação e exílio de professores universitários, suspensão do instituto do habeas corpus, tortura e morte de dezenas, quiçá de centenas, de opositores que não se opunham ao regime pelas armas (Vladimir Herzog, Manuel Fiel Filho, por exemplo) e tantos outros muitos desmandos e violações do Estado de Direito.
Li no editorial da Folha de hoje (17/2/2009) que isso consta entre "as chamadas ditabrandas - caso do Brasil entre 1964 e 1985" (sic). Termo este que jamais havia visto ser usado.
A partir de que ponto uma "ditabranda", um neologismo detestável e inverídico, vira o que de fato é?
Quantos mortos, quantos desaparecidos e quantos expatriados são necessários para uma "ditabranda" ser chamada de ditadura?
O que acontece com este jornal?
É a "novilíngua"?
Lamentável, mas profundamente lamentável mesmo, especialmente para quem viveu e enterrou seus mortos naqueles anos de chumbo.
É um tapa na cara da história da nação e uma vergonha para este diário."

SERGIO PINHEIRO LOPES (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Na comparação com outros regimes instalados na região no período, a ditadura brasileira apresentou níveis baixos de violência política e institucional.

Comments:
Sérgio,

escrevi um artigo citando e reproduzindo essa sua mensagem à Folha. Está no meu blog e foi também espalhado pela Internet: http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2009/02/nova-falacia-da-folha-de-s-paulo.html

Um abração!
 
Celso,

Muito grato pela republicação de minha carta. Precisamos fazer o possível e o impossível para que não reescrevam nossa história, falseando-a e amenizando-a.

Abraço,
 
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