14.6.11

 

Ficções do Interlúdio - 489
Álvaro de Campos

Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram.
Ou metade desse intervalo, porque também há vida...
Sou isso, enfim...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos
no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.

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