19.8.11

 

Soneto
Johann Gottlieb Fichte



O que empresta ao meu olhar esse vigor,

Que todos os senões lhe parecem pequenos


E as noites se transformam em sóis serenos,


Em vida a negação, em solidez o tremor?



O que, a confusa teia do tempo a transpor,

Conduz-me certeiro às fontes perenes


Do belo, do vero, de bondades e acenos,


E lá afunda, e aniquila, do meu empenho a dor?



Já sei. Desde que, no olho de Urânia, acesa

Em quietude, pude eu mesmo interiormente


A clara, fina, pura flama azul observar;



Desde então, tal visão me habita em profundeza


E
é no meu ser - eterna, unicamente;

Vive
no meu viver, olha no meu olhar.


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