16.11.11

 

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Sergio Pinheiro Lopes



São Paulo.
São Paulo na Primavera.
São Paulo, como Gênova, é uma idéia como qualquer outra.
É um Flamboyant florido que plantei há muitos anos e que hoje me acorda com flores vermelhas, com uma copa que reflete a luz da manhã janela do meu quarto adentro.
O olhar com que olho é um outro olhar.
O olhar que faz o lugar ser novo.
Esta a viagem.
Parece que o mundo sussurra que devo ficar só e em paz.
Estava escrito nas paredes de Paris.
Jorrava das fontes centenárias da Itália.
Me falava com as pedras antigas do engenho humano,
tantas vidas antes desta minha.
Esta a viagem.
Buscar o modo de ficar em paz.
Quero dias comuns, quero a benção dos dias comuns,
não mais os turbilhões do passado.
Deixar o passado no passado e resolvido e quieto.
Esta a viagem.
'Aquela cara um pouco assim das pessoas, aquela expressão um pouco assim das pessoas quando olham Gênova, o mar escuro que se move até de noite e jamais para', canta o Paolo Conte.
E eu não quero mais lembrar dos meus temporais.
São Paulo é uma idéia como qualquer outra mesmo quando chove.
E eu me aceito como aceito a qualquer outro, mesmo quando chove.
Esta a viagem.

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