28.2.11
São Paulo
Nicolás Guillén
Saltas de puente en puente
y sueñas con un río,
como una solterona
que espera en vano a un hijo.
Tú, llena de puentes secos
sobre el gentío.
Pequeña Letanía Grotesca en la Muerte del Senador McCarthy
Nicolás Guillén
He aquí al senador McCarthy,
muerto en su cama de muerte,
flanqueado por cuatro monos;
he aquí al senador McMono,
muerto en su cama de Carthy,
flanqueado por cuatro buitres;
he aquí al senador McBuitre,
muerto en su cama de mono,
flanqueado por cuatro yeguas
he aquí al senador McYegua,
muerto en su cama de buitre,
flanqueado por cuatro ranas:
McCarthy Carthy.
He aquí al senador McDogo,
muerto en su cama de aullidos,
flanqueado por cuatro gangsters;
he aquí al senador McGángster,
muerto en su cama de dogo,
flanqueado por cuatro gritos;
he aquí al senador McGrito,
muerto en su cama de gángster,
flanqueado por cuatro plomos;
he aquí al senador McPlomo,
muerto en su cama de gritos,
flanqueado por cuatro esputos:
McCarthy Carthy.
He aquí al senador McBomba,
muerto en su cama de injurias,
flanqueado por cuatro cerdos;
he aquí al senador McCerdo,
muerto en su cama de bombas,
flanqueado por cuatro lenguas;
he aquí al senador McLengua,
muerto en su cama de cerdo,
flanqueado por cuatro víboras;
he aquí al senador McVíbora,
muerto en su cama de lenguas,
flanqueado por cuatro búhos:
McCarthy Carthy.
He aquí al senador McCarthy,
McCarthy Carthy.
He aquí al senador McCarthy,
McCarthy muerto,
muerto McCarthy,
bien muerto y muerto,
amén.
24.2.11
Sotaques em inglês
Accents in English
22.2.11
Quando os Animais Falam
British Animals Voiceovers
21.2.11
Ai, Dolors
Manel
(original en Catalán)
Ai, Dolors, porta’m al ball,
avui que ve tothom, avui és quan hi hem d’anar.
Ai, Dolors, vindré cap al tard
amb un cop de cotxe i t’esperaré a baix.
I, Dolors, avui entre els caps no hi haurà mirades de complicitat
ni, Dolors, cap dit despistat que fregui una esquena per casualitat.
Avui, Dolors, jo picaré un ritme amb les mans
mentre tu treus els tiquets de l’enèsim combinat.
Avui, Dolors, proposa un tema al cantant,
un que rigui de tu i de mi i d’aquesta història que s’ha anat acabant.
Va, Dolors, que avui serem dos nens grans,
res de tonteries, res de ser especials.
Un-dos-tres, un-dos-tres cha-cha-chà,
taló-punta, taló-punta, i torna a començar.
I, Dolors, ningú esperarà cap escena dolça davant cap portal,
ni, Dolors, cap gran veritat serà revelada quan es faci clar.
Avui, Dolors, mourem el cos al compàs
d’un tambor accelerat, d’una gran línia de baix.
Avui, Dolors, proposa un tema al cantant,
un que rigui de tu i de mi i d’aquesta història que ja no és important.
Un que ens defineixi en tres acords,
un que ens expliqui a la posteritat,
un que conscientment sigui un punt i final,
Dolors, un que sembli impossible que pugui acabar.
(Traducida al Castellano)
Ay, Dolors, llévame al baile,
hoy que vienen todos, hoy es cuando tenemos que ir.
Ay, Dolors, vendré tarde
con un golpe de coche y te esperaré abajo.
Y, Dolors, hoy entre las cabezas no habrá miradas de complicidad
Ni, Dolors, ningún dedo despistado que roce una espalda por casualidad.
Hoy, Dolors, picaré un ritmo con las manos
mientras tu sacas los tickets del enésimo combinado.
Hoy, Dolors, propón un tema al cantante,
uno que se ría de ti y de mí y de esta historia que se ha ido terminando.
Venga, Dolors, que hoy seremos dos niños grandes,
nada de tonterías, nada de ser especiales.
Un-dos-tres, -un-dos-tres cha cha cha,
talón-punta talón-punta, y vuelve a empezar.
Y, Dolors, nadie esperará ninguna escena dulce delante de ningún portal,
Ni, Dolors, ninguna gran verdad será revelada cuando claree.
Hoy, Dolors, moveremos el cuerpo al compás
de un tambor acelerado, de una gran línea de bajo.
Hoy, Dolors, propón un tema al cantante,
uno que se ría de ti de mi y de esta historia que ya no es importante.
Uno que nos defina en 3 acordes,
uno que nos explique a la posteridad,
uno que conscientemente sea un punto y final,
Dolors, uno que parezca imposible que pueda acabar.
19.2.11
Entreouvido
Sergio Pinheiro Lopes
A dor é inevitável. O sofrimento não. O sofrimento tem a dimensão que damos a ele.
18.2.11
Entreouvido
Sergio Pinheiro Lopes
Cruzamento
Sergio Pinheiro Lopes
Eu e as esquinas.
Estava passando por uma aqui no meu bairro, quando me dei conta da cena:
Uma senhora, já de certa idade, meio gorda, subia a rua em direção à faixa de pedestres no cruzamento. Parei para assistir o desenrolar da história.
Esse cruzamento em especial está naquela fase pré-semáforo. Explico. Já tem faixas de pedestres nas quatro travessias possíveis e já é difícil de distinguir qual das duas ruas, ambas de mão única, é a preferencial. Sendo assim, a maioria dos carros diminui a velocidade antes de passar por ele, embora o trânsito seja intenso.
Mas voltemos à senhora.Ela chegou à faixa e principiou a atravessá-la com imensa dificuldade de locomoção. Usava uma bengala e movia-se bem devagar.
Nisto, dois alegres cachorros, ambos jovens, com coleira e bem tratados, começaram a atravessar a rua na direção inversa a da senhora e, claro, sem respeitar completamente a faixa. Atravessaram na diagonal.
Pois bem.A senhora parou de repente e ficou nitidamente preocupada que algo pudesse acontecer aos cães. Parou e os observou atravessar até que estivessem seguros do outro lado. O mais surpreendente para mim foi que ela evidentemente não se preocupou consigo. Apenas parou e observou. Não olhou para ver se vinha carro rua abaixo em sua direção ou se alguém iria virar a esquina de repente.
Depois continuou, laboriosamente, sua caminhada. Eventualmente chegou a um carro e, vagarosamente, nele entrou. Primeiro colocou a bengala no banco detrás, apoiou-se na porta e no banco para conseguir sentar-se e, finalmente, botou as pernas para dentro. Minutos inteiros se passaram até que ligasse o carro e começasse a manobrar para sair da vaga.
Ela manobrava o carro como se nunca a houvessem ensinado a sair de uma vaga entre dois veículos antes. Isto é, virava as rodas em direção à rua, avançava até praticamente tocar no carro da frente, virava a direção completamente para o outro lado e aí, ao invés de dar ré, como seria lógico, não fazia nada. Esperava um pouquinho, virava a direção completamente de novo e só então dava ré.
Olhei a manobra com curiosidade, pois imaginei que daquele jeito não sairia nunca da vaga, pois só ia para frente e para trás sem mudar a posição inicial do carro.
Engano meu.Depois de incontáveis manobras destas, finalmente, acredite, o carro saiu da vaga. E assim que saiu foi-se embora dirigindo lampeira, com uma destreza na direção completamente oposta a sua dificuldade em andar.
O cuidado com a segurança dos cachorros versus o descuido com si mesma. A extrema dificuldade de locomoção pedestre e a baliza ilógica versus a habilidade e desembaraço na direção.
Para mim o ser humano é sempre uma surpresa.É só uma questão de prestar atenção.
16.2.11
Entreouvido
Sergio Pinheiro Lopes
Haicai
Luiz Tatit
Quando fiz de tudo poesia
Pra dizer o que eu sentia
Fui mostrar
Ela não me ouvia
E mesmo
Insistindo todo dia
Era inútil
Não me ouvia
Sofia! Sofia!
Não ouvia
E não havia
O que fizesse ela atender
Sempre dispersiva
Sempre muito ativa
Sofia é do tipo que não pára
Não espera e mal respira
Imagine se ela vai ouvir poesia!
Sofia, escuta essa, vai
É pequena
É um haicai
Por fim
Noite de lua cheia
Prometeu que me ouviria
Bem mais tarde às onze e meia
Nunca senti tanta alegria
Mas cheguei
Ela já dormia
Sofia! Sofia!
Não ouvia
E não havia
O que fizesse ela acordar
Sofia quando dorme
Sente um prazer enorme
Fui saindo triste abatido
Tipo tudo está perdido
Imagine agora a chance que me resta
Pra pegá-la acordada
Só encontrando numa festa
Então, liguei de novo pra Sofia
Confirmando o mesmo horário
Mas numa danceteria
A casa de tão cheia
Já fervia
E ela dançando
Nem me via
Sofia! Sofia!
Não ouvia
E não havia
O que fizesse ela parar
Sofia quando dança
Pode perder a esperança
Mas eu tinha que tentar:
Sofia
Estou aqui esperando
Pra mostrar pra você
Aquela poesia, aquela, lembra?
Que eu te lia, te lia, te lia,
E você não ouvia, não ouvia, não ouvia
Hoje é o dia
Vem ouvir vai
Ela é pequeninha
Parece um haicai
E foi feita especialmente
Sofia, eu estou falando com você
Pára um pouco
Vamos lá fora
Eu leio e vou embora
Ou então aqui mesmo
Te leio no ouvido
Se você não entender
A gente soletra, interpreta
Etc, etc, etc...
Nada, nada, nada, só pulava
Não ouvia uma palavra
Aí já alguma coisa me dizia
Que do jeito que ia indo
Ela nunca me ouviria
Essa era a verdade crua e fria
Que no meu peito doía
Sofria, sofria!
E foi sofrendo
Que eu cheguei
Nessa agonia de hoje em dia
Fico aqui pensando
Onde é que estou errando
Será
Que é o conceito de poesia
Ou é defeito da Sofia?
Ainda vou fazer novos haicais
Reduzindo um pouco mais
Todos muito especiais
Sofia vai gostar demais!
15.2.11
Entreouvido
Sergio Pinheiro Lopes
14.2.11
Versos À Boca da Noite
Carlos Drummond de Andrade
Sinto que o tempo sobre mim abate
sua mão pesada. Rugas, dentes, calva...
Uma aceitação maior de tudo,
e o medo de novas descobertas.
Escreverei sonetos de madureza?
Darei aos outros a ilusão de calma?
Serei sempre louco? sempre mentiroso?
Acreditarei em mitos? Zombarei do mundo?
Há muito suspeitei o velho em mim.
Ainda criança, já me atormentava.
Hoje estou só. Nenhum menino salta
de minha vida para restaurá-la.
Mas se eu pudesse recomeçar o dia!
Usar de novo minha adoração,
meu grito, minha fome... Vejo tudo
impossível e nítido, no espaço.
Lá onde não chegou minha ironia,
entre ídolos de rosto carregado,
ficaste, explicação de minha vida,
como os objetos perdidos na rua.
As experiências se multiplicaram:
viagens, furtos, altas solidões,
o desespero, agora cristal frio,
a melancolia, amada e repelida,
e tanta indecisão entre dois mares,
entre duas mulheres, duas roupas.
Toda essa mão para fazer um gesto
que de tão frágil nunca se modela,
e fica inerte, zona de desejo
selada por arbustos agressivos.
(Um homem se contempla sem amor,
se despe sem qualquer curiosidade).
Mas vêm o tempo e a ideia de passado
visitar-te na curva de um jardim.
Vem a recordação, e te penetra
dentro de um cinema, subitamente.
E as memórias escorrem do pescoço,
do paletó, da guerra, do arco-íris;
enroscam-se no sono e te perseguem,
à busca de pupila que as reflita.
E depois das memórias vem o tempo
trazer novo sortimento de memórias,
até que, fatigado, te recuses
e não saibas se a vida é ou foi.
Esta casa, que miras de passagem,
estará no Acre ? na Argentina? em ti?
que palavra escutaste, e onde, quando?
seria indiferente ou solidária?
Um pedaço de ti rompe a neblina,
voa talvez para a Bahia e deixa
outros pedaços, dissolvidos no atlas,
em País-do-riso e em tua ama preta.
Que confusão de coisas ao crepúsculo!
Que riqueza! sem préstimo, é verdade.
Bom seria captá-las e compô-las
num todo sábio, posto que sensível:
uma ordem, uma luz, uma alegria
baixando sobre o peito despojado.
E já não era o furor dos vinte anos
nem a renúncia às coisas que elegeu,
mas a penetração no lenho dócil,
um mergulho em piscina, sem esforço,
um achado sem dor, uma fusão,
tal uma inteligência do universo
comprada em sal, em rugas e cabelo.
(Sugestão da amiga Dinah Azevedo)
Tubarão Vs. Cardume
Shark Vs. Fish School
4 marzo 1943
Gesù Bambino
Minha História
Lucio Dalla
Chico Buarque De Hollanda
Lucio Dalla terzo classificato al Festival di Sanremo del '71, dove Dalla lo eseguì in coppia con la Nuova Equipe 84, il brano è la storia di una ragazza-madre, e originariamente era intitolato Gesù bambino. Ma i censori radio-televisivi non gradirono questo titolo, e per consentirne il passaggio in RAI imposero la modifica di alcuni versi del testo, scritto da Paola Pallottino (la versione con il testo originale verrà incisa alcuni anni più tardi nell'album Banana Republic e viene tuttora eseguita da Dalla nei concerti dal vivo). Il testo è di Paola Pallottino, all'epoca operatrice nel mondo della pubblicità e poetessa dilettante, poi professoressa universitaria. Il titolo è la vera data di nascita di Lucio Dalla, ma la vicenda non è assolutamente autobiografica. Il pezzo fece il giro del mondo, oltre allo stratosferico successo italiano fu per due anni il best seller del Sudamerica, interpretato da Maria Betania e da Chico Buarque de Hollanda, l'intellettuale della canzone brasiliana. La versione in portoghese di `4 marzo 1943`, ha il titolo: `Minha Historia’ (Gesù bambino).
Dice che era un bell'uomo Ele vinha sem muita conversa
E veniva, veniva dal mare Sem muito explicar
Parlava un'altra lingua Eu só sei que falava e cheirava
Però sapeva amare E gostava de mar
E quel giorno lui prese a mia madre Sei que tinha tatuagem no braço
Sopra un bel prato E dourado no dente
L'ora più dolce E minha mãe se entregou
Prima di essere ammazzato A esse homem, perdidamente
Ele assim como veio partiu
não se sabe pra onde
E deixou minha mãe com o olhar
Cada dia mais longe
Così lei restò sola nella stanza Esperando, parada, pregada
La stanza sul porto Na pedra do porto
Con l'unico vestito O seu único, com o velho vestido
Ogni giorno più corto Cada dia mais curto
E benché non sapesse il nome Quando, enfim, eu nasci
E neppure il paese Minha mãe embrulhou-me num manto
M'aspetto' come un dono d'amore Meu vestiu como se eu fosse assim
Fino dal primo mese Uma espécie de santo
Compiva sedici anni quel giorno Mas por não se lembrar de acalantos
La mia mamma A pobre mulher
Le strofe di taverna Me ninava cantando
Le cantò a ninna nanna Cantigas de cabaré
E stringendomi al petto che sapeva Minha mãe não tardou a alertar
Sapeva di mare Toda vizinhança
Giocava a far la donna A mostrar que ali estava bem mais
Col bimbo da fasciare Que uma simples criança
E forse fu per gioco E não sei bem se por ironia
O forse per amore Ou se por amor
Che mi volle chiamare Resolveu meu chamar com o nome
Come nostro signore De nosso senhor
Della sua breve vita, il ricordo Minha história, esse nome
Il ricordo più grosso Ainda hoje carrego comigo
E' tutto in questo nome Quando vou para um bar
Che io mi porto addosso Viro a mesa, berro, bebo, brigo
E ancora adesso che gioco Os ladrões, as amantes
A carte e bevo vino Meus colegas de copo e de cruz
Per la gente del porto Me conhecem só pelo meu nome
Mi chiamo Gesù bambino De Menino Jesus
E ancora adesso che gioco Os ladrões, as amantes
A carte e bevo vino Meus colegas de copo e de cruz
Per la gente del porto Me conhecem só pelo meu nome
Mi chiamo Gesù bambino De Menino Jesus
*** Questa non è una traduzione alla lettera, ma due versioni. L’originale in italiano e la cover in portoghese.
*** Esta não é uma tradução ao pé da letra, mas sim duas versões. A original em italiano e a cover em português.
Dice che era un bell'uomo Ele vinha sem muita conversa
E veniva, veniva dal mare Sem muito explicar
Parlava un'altra lingua Eu só sei que falava e cheirava
Però sapeva amare E gostava de mar
E quel giorno lui prese a mia madre Sei que tinha tatuagem no braço
Sopra un bel prato E dourado no dente
L'ora più dolce E minha mãe se entregou
Prima di essere ammazzato A esse homem, perdidamente
Ele assim como veio partiu
não se sabe pra onde
E deixou minha mãe com o olhar
Cada dia mais longe
Così lei restò sola nella stanza Esperando, parada, pregada
La stanza sul porto Na pedra do porto
Con l'unico vestito O seu único, com o velho vestido
Ogni giorno più corto Cada dia mais curto
E benché non sapesse il nome Quando, enfim, eu nasci
E neppure il paese Minha mãe embrulhou-me num manto
M'aspetto' come un dono d'amore Meu vestiu como se eu fosse assim
Fino dal primo mese Uma espécie de santo
Compiva sedici anni quel giorno Mas por não se lembrar de acalantos
La mia mamma A pobre mulher
Le strofe di taverna Me ninava cantando
Le cantò a ninna nanna Cantigas de cabaré
E stringendomi al petto che sapeva Minha mãe não tardou a alertar
Sapeva di mare Toda vizinhança
Giocava a far la donna A mostrar que ali estava bem mais
Col bimbo da fasciare Que uma simples criança
E forse fu per gioco E não sei bem se por ironia
O forse per amore Ou se por amor
Che mi volle chiamare Resolveu meu chamar com o nome
Come nostro signore De nosso senhor
Della sua breve vita, il ricordo Minha história, esse nome
Il ricordo più grosso Ainda hoje carrego comigo
E' tutto in questo nome Quando vou para um bar
Che io mi porto addosso Viro a mesa, berro, bebo, brigo
E ancora adesso che gioco Os ladrões, as amantes
A carte e bevo vino Meus colegas de copo e de cruz
Per la gente del porto Me conhecem só pelo meu nome
Mi chiamo Gesù bambino De Menino Jesus
E ancora adesso che gioco Os ladrões, as amantes
A carte e bevo vino Meus colegas de copo e de cruz
Per la gente del porto Me conhecem só pelo meu nome
Mi chiamo Gesù bambino De Menino Jesus
*** Questa non è una traduzione alla lettera, ma due versioni. L’originale in italiano e la cover in portoghese.
*** Esta não é uma tradução ao pé da letra, mas sim duas versões. A original em italiano e a cover em português.
11.2.11
Pra que discutir com Madame?
Haroldo Barbosa & Janet de Almeida
João Gilberto
Só esta semana, pelo menos dois artigos com esse título nos jornais.
Nenhum dos dois sobre a presidente, vejam vocês.
Achei de lembrar a música na interpretação do João.
Madame diz que a raça não melhora
Que a vida piora
Por causa do samba
Madame diz que o samba tem pecado
Que o samba coitado
Devia acabar
Madame diz que o samba tem cachaça
Mistura de raça,
Mistura de cor
Madame diz que o samba é democrata
É música barata
Sem nenhum valor.
Vamos acabar com o samba
Madame não gosta que ninguém sambe
Vive dizendo que samba é vexame
Pra que discutir com madame?
No carnaval que vem também concorro
Meu bloco de morro
Vai cantar ópera
E na avenida entre mil apertos
Vocês vão ver gente cantando concerto
Madame tem um parafuso a menos
Só fala veneno,
Meu Deus que horror
O samba brasileiro democrata
Brasileiro na batata
É que tem valor.
8.2.11
One Art
Elizabeth Bishop
Paulo Henriques Britto
A arte de perder não é nenhum mistério;
tantas coisas contêm em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.
7.2.11
Let's Twist Again
Chubby Checker
3.2.11
Death
Morte
Sergio Pinheiro Lopes
The fear of death
Is irrational,
Say the Masters of old.
An event in which
You won't be present.
For where
Death is,
You are not,
And where you are,
Death is not.
oooOOOooo
O medo da morte
É irracional,
Dizem os velhos Mestres.
Um evento no qual
Você não estará presente.
Pois onde está
A morte,
Você não está,
E onde você está,
Não está a morte.
2.2.11
Comum
Sergio Pinheiro Lopes
Viver nos dias
Comuns, e
Agir nos dias
Comuns, e
Encontrar pessoas
Comuns, nos
Dias.
Em todos eles,
Os gestos usuais, os
Afazeres programados, os
Pensares aleatórios.
A delicadeza no trato, o
Cumprir dos deveres esperados,
Os cumprimentares corteses,
O coexistir pacífico com os outros, em
Comum.
Mas por detrás,
De todos os olhares,
De todos os gestos,
E dos sorrisos todos e das
Cortesias e das obrigações todas,
Uma infinita e
Indefinível tristeza de existir.
Em todos.
Também esta, estranhamente,
Comum.