31.10.07

 

Elite
Maurício Ricardo



 

História do Blues
Blues History
John the Revelator
Son House




Em inglês, sem legendas.
***
In English, no subtitle.

 

O Sol de Novembro Aparecendo
November Sun Emerging
Charles Burchfield
1959



 

Quebrado
Broken
Harry & Cho



 

Reencarnação
Reincarnation
M. Ryuckos




Curta metragem.
***
Short film.

 

O Maior Orgão da China
Largest Pipe Organ in China




Em inglês com legendas em chinês e em chinês, com legendas em inglês.
***
In English with Chinese subtitles and in Chinese with subtitles in English.

 

Noah's Ark
CocoRosie



 

Poemas 153
Poems 153


Batismo

Simone de Andrade Neves

Manhã de junho
Eu, criança-objeto,
dou as mãos ao
menino boina-bombachinha
e seguimos nós,
eu e o menino,
a caminhar por uma rua disforme
paralelepípedos angulares,
solares fios dos cabelos infantis,
sem trocar palavras
seguíamos no percurso atemporal
e apertávamos as nossas mãos
nas leves descidas.
Sorrisos entreabertos nos tropecinhos.
A rua terminou no azul
E nós, eu e o menino,
mergulhamos no mais silencioso e nevrálgico
dos países: o dos Andrade.


29.10.07

 

F1
Maurício Ricardo



 

Journey Home
Maria Schneider Orchestra




 

Gaul Killing Himself and His Wife
Galês Se Matando e a Sua Mulher



Cópia romana de uma estátua de Pérgamo do século III AC.
***
Roman copy of a 3rd century BC statue from Pergamum.

 

História do Blues
Blues History
John Henry
Mississippi Fred McDowell



 

Estranho de Qualquer Ângulo
Odd From Every Angle
Russ Etheridge




Curta de animação.
***
Animation short.



 

Segredo
Katia B




Talento novo.
***
New talent.

 

Mephisto Waltz
Liszt
Sergio Tiempo




 

Poemas 152
Poems 152


Me in Paradise
Brenda Shaughnessy


Oh, to be ready for it, unfucked, ever-fucked.
To have only one critical eye that never
divides a flaw from its lesson.
To play without shame. To be a woman
who feels only the pleasure of being used
and who reanimates the user's
anguished release in a land
for the future to relish, to buy
new tights for, to parade in fishboats.
To scare up hope without fear of hope,
not holding the hole, I will catch
the superbullet in my throat
and feel its astounding force
with admiration. Absorbing its kind
of glory. I must be someone
with very short arms to have lost you,
to be checking the windows
of the pawnshop renting space in my head,
which pounds with all the clarity
of a policeman on my southernmost door.
To wish and not jinx it: to wish
and not fish for it: to wish and forget it.
To ratchet myself up with hot liquid
and find a true surprise.
Prowling the living room for the lightning,
just one more shock,
to bring my slow purity back.
To miss you without being so damn cold
all the time. To hold you without dying otherwise.
To die without losing death as an alternative.
To explode with flesh, without collapse.
To feel sick in my skeleton, in all the serious
confetti of my cells, and know why.
Loving you has made me so scandalously
beautiful. To give myself to everyone but you.
To luck out of you. To make any other mistake.

28.10.07

 

Laerte




 

London, London
Cibelle



 

Orfeu
Orpheus
Gustave Moreau
1865



 

My Moon My Man
Feist



 

Benvindo à China
Welcome to China



 

107 Voltas
107 Flips



 

Summertime
Devendra Banhart



 

Poemas 152
Poems 152


O Cão Sem Plumas

João Cabral de Melo Neto

Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água, da brisa na água.

27.10.07

 

Interrogatório
Maurício Ricardo,



 

Les Trois Cloches
Edith Piaf
1956




Les Trois Cloches
Avec Les Compagnons de la Chanson

Village au fond de la vallée,
comme égaré, presqu'ignoré.
Voici qu'en la nuit étoilée
un nouveau-né nous est donné.
Jean-François Nicot il se nomme.
Il est joufflu, tendre et rosé.
A l'église, beau petit homme,
demain tu seras baptisé.

Une cloche sonne, sonne.
Sa voix, d'écho en écho,
dit au monde qui s'étonne:
"C'est pour Jean-François Nicot.
C'est pour accueillir une âme,
une fleur qui s'ouvre au jour,
à peine, à peine une flamme
encore faible qui réclame
protection, tendresse, amour.

"Village au fond de la vallée,
loin des chemins, loin des humains.
Voici qu'après dix-neuf années,
cœur en émoi, le Jean-François
prend pour femme la douce Elise,
blanche comme fleur de pommier.
Devant Dieu, dans la vieille église,
ce jour, ils se sont mariés.

Toutes les cloches sonnent, sonnent,
Leurs voix, d'écho en écho,
merveilleusement couronnent
la noce à François Nicot.
"Un seul cœur, une seule âme",
dit le prêtre, "et, pour toujours,
soyez une pure flammequi s'élève et qui proclame
la grandeur de votre amour.

"Village au fond de la vallée.
Des jours, des nuits, le temps a fui.
Voici qu'en la nuit étoilée,
un cœur s'endort, François est mort,
car toute chair est comme l'herbe,
elle est comme la fleur des champs.
Epis, fruits mûrs, bouquets et gerbes,
hélas! vont en se desséchant...

Une cloche sonne, sonne,
elle chante dans le vent.
Obsédante et monotone,
elle redit aux vivants:
"Ne tremblez pas, cœurs fidèles,
Dieu vous fera signe un jour.
Vous trouverez sous son aile
avec la vie éternelle
l'éternité de l'amour."

 

Igreja Indígena
Indian Church
Emily Carr
1929



 

Repressão em Myanmar
Repression in Myanmar




Em espanhol (com interrupções), sem legendas.
***
In Spanish (with interruptions), no subtitles.

 

História do Jazz
Jazz History
Hula Girl
Sweet Hollywaiians



 

Water Moon
The Cloud Gate Dance Theatre



 

Bye Bye Blackbird
Brenda Lee




 

Poemas 151
Poems 151


Morning Song
Sylvia Plath


Love set you going like a fat gold watch.
The midwife slapped your footsoles, and your bald cry
Took its place among the elements.
Our voices echo, magnifying your arrival. New statue.
In a drafty museum, your nakedness
Shadows our safety. We stand round blankly as walls.
I'm no more your mother
Than the cloud that distills a mirror to reflect its own slow
Effacement at the wind's hand.
All night your moth-breath
Flickers among the flat pink roses. I wake to listen:
A far sea moves in my ear.
One cry, and I stumble from bed, cow-heavy and floral
In my Victorian nightgown.
Your mouth opens clean as a cat's. The window square
Whitens and swallows its dull stars. And now you try
Your handful of notes;
The clear vowels rise like balloons.

26.10.07

 

Um Passeio Real
Sergio Pinheiro Lopes


Se uma pessoa for acreditar e seguir todos os conselhos que aparecem a toda hora na imprensa a respeito de vida saudável, desconfio que provavelmente enlouqueceria.
Isto dito, depois de completar cinqüenta anos, resolvi que passaria a andar, no mínimo, a tal da meia- hora por dia que dizem ser essencial a um coração saudável, já que nunca fui pessoa de brincar com assuntos de coração.
Adotei um caminho que tem uma subida de cerca de um quilometro, no topo da qual existe um parque e, do outro lado da rua, uma padaria.
Ali, depois do parque, me acomodo em uma mesinha do lado de fora, tomo um ou dois cafés, fumo um cigarro e leio um pouco – sim, eu ainda fumo – e depois volto para casa descendo a ladeira pelo outro lado da rua.Esse passeio tem dois pontos altos: o parque e a padaria.
O parque – ao redor de uma caixa d’água daquelas da minha infância – tem quase tudo que se pode querer de um parque de bairro. Crianças, mamães, um ou outro papai ocasional, babás, tanquinhos de areia, bancos à sombra e ao sol, gente fazendo ginástica, desde aquelas do tipo ordem unida até tai-chi, coroas caminhando, uns com mais e outros com menos vigor. Tudo isso cercado de muito verde: belas árvores, pequenos jardins e canteiros de flores e trilhas de cascalho serpenteando por tudo. Só não tem água.
Digo, um laguinho, uma fonte que seja. Nem sequer uma bica para remédio. Bem brasileiro isso de um parque conhecido como “o parque da caixa d’água” não ter nem um espelho de água. Paciência. Gosto dele assim mesmo.
Dou minhas voltas e me dirijo para a parte Real do meu passeio matinal.A Real não é bem uma padaria, para falar a verdade, e fez por merecer o nome. Não vende paõzinho, por exemplo, como se esperaria de uma mera padaria. É restaurante, é lanchonete, e é também uma bela petiscaria, enfim: é única. Mas por conta do passado, acho que a vejo como uma padaria. Existe desde 1934 ou 1937, como mercearia, conforme quem conta a história. De acordo com uma enorme fotografia na parede, começou suas atividades em 1937. Mas um passarinho me contou que começou com apenas uma portinha aberta em 1934. Depois a Rádio Excelsior instalou-se por perto, bem mais tarde a Tupi, rádio e depois TV. Hoje é vizinha da MTV. Podemos dizer que por ali passou e passa uma boa parte da história da televisão e do rádio do país. De Walter Foster e Vida Alves até João Gordo, Léo Madeira e Chico Cézar, que acabou de passar por mim, aliás. Tomo meus cafezinhos, fumo meu cigarro e leio meu livro. Às vezes, encontro um amigo ou uma amiga, e, quando isso acontece, o passeio estica mais um pouco. O Josivan e o Valdo são convocados para trazer outros cafés, e o tempo passa embalado em dedos de prosa.
A ladeira da volta para casa também tem seus pontos altos, se é que posso fazer a piada. Um sebo grande e sortido e uma vídeo-locadora recomendada pelos cinéfilos, onde, por exemplo, se acham filmes que são difíceis de ser encontrados em outros lugares. Ateliês de artistas amigos também são paradas possíveis, agradabilíssimas, pois este é um bairro especialmente bem aquinhoado de artistas.
São Paulo é uma cidade misteriosa, secreta até. Só se revela para aqueles que têm a paciência e a curiosidade amorosa de querer vê-la bem de pertinho.
Aí é linda.

(Crônica publicada no livro Peneira do Tempo que pode ser lido apenas clicando no seu título na coluna de links à esquerda).

 

Laerte



 

Eldar




Ao vivo em Amsterdam.
***
Live in Amsterdam.

 

Filme de Vinte Centavos
Twenty Cent Movie
Reginald Marsh
1936



 

Bob Dylan
3-3
Susan Steinberg




Documentário sobre Bob Dylan.
Em inglês, sem legendas.

***
Documentary film about Bob Dylan.
In English, no subtitles.

 

Campeão de Wushu Chinês
China Wushu Champion



 

Samba Torto
Roberto Menescal
Liani Grisi



 

Green Grass
Cibelle




Canção de Tom Waits.
Ao vivo em Nova York.
***
Song by Tom Waits.
Live in NYC.

 

Poemas 150
Poems 150


Fleurs du Mal

Roberto Piva

Baudelaire sangrou na ponte negra do Sena.
molécula procurando a brecha do
universo & suas trezentas flores
assim é a lucidez,
o swing das Fleurs du Mal.
completa tortura roendo a
realidade
&
l'immense gouffre.
todas as paixões / convulsões no
espelho.Baudelaire & ses fatigues
rumo à pálida estrela.

25.10.07

 

Laerte



 

Lived In Bars
Cat Power



 

Por Que Não Usar o "L"
Why Not Use the "L"
Reginald Marsh
1936





 

Bob Dylan
2-3
Susan Steinberg




Documentário sobre Bob Dylan.
Em inglês, sem legendas.
***
Documentary film about Bob Dylan.
In English, no subtitles.

 

Chorinhos e Choros
Antonio Carlos Fortura




Documentário de 1974 com Luperce Miranda, Jacob do Bandolim, Época de Ouro e muitos outros.
Em portugues, sem legendas.
***
Documentary film of 1974 with Luperce Miranda, Jacob do Bandolim, Época de Ouro and many others.
In Portuguese, no subtitles.

 

Praça Tiananmen
Tiananmen Square




Pequeno documentário sobre os acontecimentos de 1989.
Legendado em inglês.
***
Small documentary film about the events of 1989.
Subtitled in English.

 

All of Me
Ana Cañas



 

Poemas 149
Poems 149


A Woman Waits for Me
Walt Whitman


A woman waits for me, she contains all, nothing is lacking,
Yet all were lacking if sex were lacking, or if the moisture of
the right man were lacking.
Sex contains all, bodies, souls,
Meanings, proofs, purities, delicacies, results, promulgations,
Songs, commands, health, pride, the maternal mystery, the
seminal milk,
All hopes, benefactions, bestowals, all the passions, loves,
beauties, delights of the earth,
All the governments, judges, gods, follow'd persons of the
earth,
These are contain'd in sex as parts of itself and justifications
of itself.

Without shame the man I like knows and avows the
deliciousness of his sex,
Without shame the woman I like knows and avows hers.
Now I will dismiss myself from impassive women,
I will go stay with her who waits for me, and with those
women that are warm-blooded sufficient for me,
I see that they understand me and do not deny me,
I see that they are worthy of me, I will be the robust
husband of those women.

They are not one jot less than I am,
They are tann'd in the face by shining suns and blowing
winds,
Their flesh has the old divine suppleness and strength,
They know how to swim, row, ride, wrestle, shoot, run,
strike, retreat, advance, resist, defend themselves,
They are ultimate in their own right--they are calm, clear,
well-possess'd of themselves.

I draw you close to me, you women,
I cannot let you go, I would do you good,
I am for you, and you are for me, not only for our own
sake, but for others' sakes,
Envelop'd in you sleep greater heroes and bards,
They refuse to awake at the touch of any man but me.
It is I, you women, I make my way,
I am stern, acrid, large, undissuadable, but I love you,
I do not hurt you any more than is necessary for you,
I pour the stuff to start sons and daughters fit for these
States, I press with slow rude muscle,
I brace myself effectually, I listen to no entreaties,
I dare not withdraw till I deposit what has so long
accumulated within me.

Through you I drain the pent-up rivers of myself,
In you I wrap a thousand onward years,
On you I graft the grafts of the best-beloved of me and
America,
The drops I distil upon you shall grow fierce and athletic
girls, new artists, musicians, and singers,
The babes I beget upon you are to beget babes in their turn,
I shall demand perfect men and women out of my love-
spendings,
I shall expect them to interpenetrate with others, as I and
you interpenetrate now,
I shall count on the fruits of the gushing showers of them, as
I count on the fruits of the gushing showers I give now,
I shall look for loving crops from the birth, life, death,
immortality, I plant so lovingly now.


24.10.07

 

Entretempo
Sergio Pinheiro Lopes


Nunca fui um grande torcedor de futebol. Escolhi um time, ainda criança, pois não era possível freqüentar a escola ou a turma de amigos sem torcer por algum. Mas não jogava ou acompanhava jogos. Lembro-me do Santos, tido como o melhor entre todos os times da época.
A Copa de 70 foi a primeira ocasião em que realmente prestei atenção em jogos de futebol. Primeira Copa televisionada para o Brasil, novidade de luxo naqueles tempos.
A performance da seleção brasileira foi espetacular. Vitória após vitória, jogo a jogo, o time galgava posições em direção a tão esperada final. Mas foi no quarto gol da final, contra a Itália, que vi uma jogada que me prendeu a atenção como nada até então em uma partida de futebol.
Pelé recebeu e vinha com a bola dominada na direção do gol adversário quando, vagarosamente, parou um pouco antes da meia-lua da área adversária, deixou o ar sair dos pulmões e, depois de imóvel por alguns instantes, rolou a bola mansamente com a lateral do pé para Carlos Alberto que vinha em diagonal pela direita. Ele fuzilou o gol italiano. Sem defesa. 4x1. Com esse último gol ganhamos a Copa. Fomos tricampeões do mundo.
Nunca mais esqueci o timing daquele gol arquitetado por Pelé.
Agora em março de 2005, assistia a uma partida entre o Barcelona e o Chelsea, quando vi uma jogada do Ronaldinho Gaúcho que me lembrou o gol de Carlos Alberto e Pelé na final contra a Itália, em 1970. Ele estava perto da grande área e, na sua frente, quatro jogadores do Chelsea barravam-lhe a passagem. Ele gingou e chutou certeiro. Gol. Ficaram todos parados. Inclusive o goleiro. Tempo suspenso.
Duas maravilhas da habilidade humana.
Não cultivei, durante a maior parte da vida, como disse, o hábito de informar-me sobre futebol. Mas essas duas jogadas, tão distantes no tempo, serviram para me aproximar do assunto. Já mais recentemente, passei a desfrutar da amizade de alguns boleiros de escol. Ouvindo, fascinado, suas histórias, dou-me conta do quanto perdi por não ser um amante desta arte.
Contaram-me que foi esse o caso do gol de Alcides Ghiggia, na final da Copa de 50, aos 34 minutos do segundo tempo. A bola, chutada rasteira, quicou em um montículo na grama e passou no exíguo espaço entre o goleiro e a trave. Tempo suspenso novamente. Esse, com conseqüências trágicas para a auto-estima brasileira.
Não posso, apesar da tentação, dizer que o tempo parou nessas jogadas. Duas tive o privilégio de assistir pessoalmente, a outra, histórica, é anterior a meu nascimento. O tempo não pára. Todos sabem disso. Mas há uma mudança no timing desses jogadores, nessas ocasiões, que passam essa impressão de tempo suspenso.
São como pinturas no ar ou poemas em movimento. Obras de arte de existência brevíssima: vôo de pássaro, passo de dança, brilho de olhos. Em sua plenitude, são privilégios exclusivos dos que os vêem acontecer, usufruem a suspensão do tempo junto com esses artistas e participam desse mistério. O encontro do engenho individual com a oportunidade coletiva gerando beleza em estado puro.

(Crônica publicada no livro Peneira do Tempo que pode ser lido apenas clicando no seu título na coluna de links à esquerda).

 

Laerte



 

História do Blues
Blues History
Hey Hey
Big Bill Broonzy



 

Retrato de um Homem
Portrait of a Man
Frans Hals
1660



 

Noites Cariocas
Época de Ouro




Com Jacob do Bandolim.
***
With Jacob do Bandolim.

 

Bob Dylan
1-3
Susan Steinberg




Documentário sobre Bob Dylan.
A primeira cena é do filme Pat Garret and Billy the Kid.
Em inglês, sem legendas.
***
Documentary film about Bob Dylan.
The first scene is from the film Pat Garret and Billy the Kid.
In English, no subtitles.

 

Klaus
Jimmy Martin




Curta americano.
Em inglês, sem legendas.
***
American short.
In English, no subtitles.


 

Ana Cañas



 

Poemas 148
Poems 148


Poema

Tuti Maioli

1.
Se alguém perguntar, digam que Ulysses se mandou.
Penélope triturou letras no liquidificador. Outras barcas.
Virou Cinderela. Que moderna. Banhada de gim, girou os salões.
Devaneando. Veludo preto.
Um mistério no decote. E a língua solta.
Os dentes afiados.
Os lábios moulin rouge. Max factor
Daí a porca torceu o rabo.
E alguém enfiou o seu no meio das pernas. À la française.
Nem tcham nem tchum. A pochette
O veneno dolce fatal
Sms trocados
Sapatilhas e esta Isadora Duncan que me tormenta
Num hip hop
Três mil vezes repetiu
Líquida
E este concorde que me voa
Se me Montgomery
Eu te Garbo

2.
Flamenco. Que venham os touros e vacas, que sou El Cordobés.
Arena.
Capa e espada.
E ele te tatua com um imenso Z.
Zorro.
Se move os olhos por trás das máscaras, digo fetiche maldito
E me apaixono pelo bandido do filme.

3.
se pisa ainda que manso
e avança mesmo liso
um provoque à ira dos deuses
clara nas fotos
nuvens em choques
a mim estes terremotos

4.
assim tatame
raps estéreos
em teu kimono

5.
a bali que eu não sei
hibiscos te viestes rasos olhos
os ciscos
se você piscar
trituro discos

6.
rímel aos teus olhos
até que paixões
borrem a rima

23.10.07

 

Hugo
Laerte



 

História do Blues
Blues History
Death Letter
Son House
1967



 

O Passo em Falso
Le Faux Pas
Jean-Antoine Watteau
1719



Clique no título para saber mais sobre o autor.
Em inglês.
***
Click in the title to learn more about the author.
In English.

 

Como Sobreviver a um Ataque Alienígena
How to Survive an Alien Attack




Sátira do MIB.
Em inglês, sem legendas.
***
MIB spoof.
In English, no subtitles.

 

Dueto
Duet
Ana Cañas & Dave Gordon




Essa cantora é fantástica e ainda não gravou.
Aguardem. Um talento de primeira água.
Mais amanhã.
***
This singer is fantastic and hasn't recorded yet.
Just wait. A first rate talent.
More tomorrow.

 

Frittata Flattata




Deliciosa.
Em inglês, sem legendas.
***
Delicious.
In English, no subtitles.

 

História do Jazz
Jazz History
Michel Petrucciani Trio



 

Poemas 147
Poems 147


Casey at the Bat
Ernest Lawrence Thayer


The outlook wasn't brilliant for the Mudville nine that day:
The score stood four to two, with but one inning more to play,
And then when Cooney died at first, and Barrows did the same,
A pall-like silence fell upon the patrons of the game.

A straggling few got up to go in deep despair. The rest
Clung to the hope which springs eternal in the human breast;
They thought, "If only Casey could but get a whack at that--
We'd put up even money now, with Casey at the bat."

But Flynn preceded Casey, as did also Jimmy Blake,
And the former was a hoodoo, while the latter was a cake;
So upon that stricken multitude grim melancholy sat,
For there seemed but little chance of Casey getting to the bat.

But Flynn let drive a single, to the wonderment of all,
And Blake, the much despisèd, tore the cover off the ball;
And when the dust had lifted, and men saw what had occurred,
There was Jimmy safe at second and Flynn a-hugging third.

Then from five thousand throats and more there rose a lusty yell;
It rumbled through the valley, it rattled in the dell;
It pounded on the mountain and recoiled upon the flat,
For Casey, mighty Casey, was advancing to the bat.

There was ease in Casey's manner as he stepped into his place;
There was pride in Casey's bearing and a smile lit Casey's face.
And when, responding to the cheers, he lightly doffed his hat,
No stranger in the crowd could doubt 'twas Casey at the bat.

Ten thousand eyes were on him as he rubbed his hands with dirt;
Five thousand tongues applauded when he wiped them on his shirt;
Then while the writhing pitcher ground the ball into his hip,
Defiance flashed in Casey's eye, a sneer curled Casey's lip.

And now the leather-covered sphere came hurtling through the air,
And Casey stood a-watching it in haughty grandeur there.
Close by the sturdy batsman the ball unheeded sped--
"That ain't my style," said Casey. "Strike one!" the umpire said.

From the benches, black with people, there went up a muffled roar,
Like the beating of the storm-waves on a stern and distant shore;
"Kill him! Kill the umpire!" shouted someone on the stand;
And it's likely they'd have killed him had not Casey raised his hand.

With a smile of Christian charity great Casey's visage shone;
He stilled the rising tumult; he bade the game go on;
He signaled to the pitcher, and once more the dun sphere flew;
But Casey still ignored it and the umpire said, "Strike two!"

"Fraud!" cried the maddened thousands, and echo answered "Fraud!"
But one scornful look from Casey and the audience was awed.
They saw his face grow stern and cold, they saw his muscles strain,
And they knew that Casey wouldn't let that ball go by again.

The sneer is gone from Casey's lip, his teeth are clenched in hate,
He pounds with cruel violence his bat upon the plate;
And now the pitcher holds the ball, and now he lets it go,
And now the air is shattered by the force of Casey's blow.

Oh, somewhere in this favoured land the sun is shining bright,
The band is playing somewhere, and somewhere hearts are light;
And somewhere men are laughing, and somewhere children shout,
But there is no joy in Mudville--mighty Casey has struck out.

(A classic. That's for you, Jo)


22.10.07

 

Entrevista
Maurício Ricardo



 

Zé do Caroço
Mariana Aydar




Ao vivo.
Talento novo.
***
Live.
New talent.

 

Proun 19D
El Lissitzky
1922



 

História do Blues
Blues History
Sweet Home Chicago
Roosevelt Sykes




 

Seu Filme Pode
Mudar o Mundo?
Can Your Film
Change the World?
Jehane Noujaim




Com legendas em inglês, árabe e chinês.
***
With English, Arab and Chinese subtitles.

 

Água pega fogo?
Water Can Burn?




Não experimente em casa!
***
Don't try it at home!

 

História do Jazz
Jazz History
Cecil Taylor



 

Poemas 146
Poems 146


Pardal de Rapina

Wilmar Silva

redivivo pardal de rapina
enterro entre ervas e árvore
medra o piar da coruja
preso em meus ouvidos

cortado pelo sol da tarde
penas misturadas de terra
congelam em mim o sangue

o ópio
a água
o éter

21.10.07

 

Excelências
Sergio Pinheiro Lopes


A primeira vez, que me lembre, em que olhei realmente atento a uma pessoa trabalhando de um jeito admirável foi em uma lanchonete na década de setenta. O sujeito tinha disposto tudo o que usava, os ingredientes do que preparava, os utensílios de cozinha – pratos, talheres, instrumentos, panos, guardanapos –, de tal forma que conseguia dar conta do movimento do lugar, sem deixar ninguém esperando em demasia, produzindo um lanche de primeira qualidade. Vê-lo trabalhar era assistir a uma dança harmoniosa em que até os inesperados incorporavam-se aos movimentos daquele balé sem música.
De lá para cá, fui botando reparo, como se diz em Minas. Encontrei ao longo da vida profissionais muito bons no que fazem.
O próximo de que me lembro é o Branko, um iugoslavo (país que nem existe mais, e hoje não saberia dizer se ele era sérvio, croata ou montenegrino) que possui uma pequena oficina mecânica lá pros lados do centro de São Paulo. Além da capacidade de diagnosticar, freqüentemente, os defeitos de um carro apenas de ouvido, sempre foi extremamente eficiente e escrupulosamente honesto com seus clientes.
Não era incomum que me mandasse tomar um cafezinho na esquina e voltasse logo, pois “o que o carro tem não é nada, e minha oficina não é estacionamento para você deixar o carro aqui o dia inteiro”. Quando voltava em quinze ou vinte minutos, não era difícil ouví-lo dizer que o problema estava resolvido e que não era nada. Custo zero.
A partir daí, passei a procurar profissionais como ele. Que maravilha a vida se tivesse um encanador, um dentista, um eletricista ou um médico como o Branko, com o dom profissional de serem os melhores no que fazem.
Estou sempre de olho para descobrir esses bailarinos. Posso dizer que, se não os achei em todas as especialidades, encontrei-os em muitas: a Dona Mafalda, que cuidou de mim e dos meus; a Christina Fornazari, minha dentista; seu Clementino, das máquinas de lavar; o Ronaldo Bérgamo, por muitos anos meu médico de todas as horas e de todas as aflições; o Ivaldo Bertazzo, bailarino de fato e o melhor exemplo da sua geração; o Laerte, cartunista genial, o Dave van Ronk, poeta e músico da geração Beat que abriu as portas do Rock & Roll para a década de sessenta; a Vera Capovilla, mestra da cirurgia e do aprender constante; meu irmão, o melhor professor que conheço; o John Howard, introdutor do grafitti no Brasil, e muitos outros. Todos, sendo exímios no que fazem, deram muito mais qualidade à minha vida, excelências verdadeiras em suas profissões.
Tudo isso me veio quando estava degustando um prato que chamei de “Carne Seca do Mineiro”. O Mineiro é cozinheiro, um desses mestres de que falo. A tal da carne seca que ele prepara é dessas coisas de comer gemendo, de tão bom. Mas só sai às sextas-feiras. Trabalha no Bar Box, do seu Mário – já conhecido de muitos por seus petiscos e pela comida excelente, a preço justo - ali na Arthur de Azevedo com a Joaquim Antunes. Pit-stop em um box desses é para gente que sabe das coisas. Alguns desses artistas a vida levou para longe de mim, forçando-me a sair a campo para achar improváveis substitutos, mas muitos outros estão ao meu redor até hoje.
Lembro-me de que uma das coisas que meu inesquecível professor de natação e de vida, Kanichi Sato, me dizia, era que “brasileiro tem a mania de querer passar com nota cinco”. Não sei se essa é uma verdade só dos brasileiros, se é característica do bicho homem, ou se era exagero didático do mestre. Sei dizer que foi e é privilégio meu desfrutar, conviver, usufruir, partilhar e assistir a vida com essas Excelências que decidiram, para a felicidade dos que os cercam, passar no exame da vida tirando nota dez. Com direito a diploma de honra ao mérito e fitinha azul no canto.

(Crônica publicada no livro Peneira do Tempo que pode ser lido apenas clicando no seu título na coluna de links à esquerda).

 

Laerte



 

História do Blues
Blues History
He's Got His Mojo Working
Pinetop Perkins & Debra Peters



 

O Manhattan Club
The Manhattan Club
Childe Hassam
1891



 

Castelo de Cartas
Card Castle
Bryan Berg




22.000 cartas, 3 dias.
***
22,000 cards, 3 days.

 

Samba de Um Minuto
One Minute Samba
Roberta Sá




De Rodrigo Maranhão.
Uma bela voz que apareçe.
***
By Rodrigo Maranhão.
A beautiful voice makes its appearance.

 

Depois de Oz
After Oz
Percy Kiyabu




Curta de animação canadense.
***
Canadian animation short.

 

História do Jazz
Jazz History
Night in Tunisia
Stefano di Battista Quartet



 

Poemas 145
Poems 145


To Sylvia, To Wed
Robert Herrick


Let us, though late, at last, my Silvia, wed;

And loving lie in one devoted bed.
Thy watch may stand, my minutes fly post haste;
No sound calls back the year that once is past.
Then, sweetest Silvia, let's no longer stay;
True love, we know, precipitates delay.
Away with doubts, all scruples hence remove!
No man, at one time, can be wise, and love.

20.10.07

 

BOPE Argentino




Feito sobre um esquete do Monty Python.
***
Made over a sketch of Monty Python.

 

História do Blues
Blues History
Bus Rider Blues
Blind Boy Fuller



 

A Perspectiva
The Perspective
Jean-Antoine Watteau
1717



 

O Que os Sauditas Assistem
What Saudis Watch




Reportagem em inglês, sem legendas.
***
News report in English, no subtitles.

 

Roda de Samba com
Delcio Carvalho



 

Soluço
Hiccup
Timothee Leboeuf




Curta de animação canadense.
***
Canadian animation short.

 

História do Jazz
Jazz History
Elvin Jones Special Quartet



 

Poemas 144
Poems 144


Isolamentos de um Zoológico

Nilton Alves
(Poeta e Arquiteto falecido em 18/10/2007)

em cada sala
em cada janela
em cada jaula
sós

através da minha janela
a imagem emociona

humanos desumanizados

vistos da minha janela
a imagem incomoda

o grito não sai da garganta
minha voz não pode ser ouvida

"renovem suas idéias!
gritem! saiam! vivam!"

enquanto eu continuo aqui
na minha sala
na minha janela

da minha jaula
observo os isolamentos deste zoológico

19.10.07

 

A Interpretação dos Sonhos
Sergio Pinheiro Lopes


Estava sentado em um boteco outro dia – tomando um iogurte com adoçante, agora que mantenho distância entre o álcool e meu organismo –, quando vi um sujeito se aproximar do Éder, o apontador de jogo do bicho local.
O Éder usa uma mesa, situada logo do lado de fora do botequim, de onde conduz seu próspero negócio. Ali só se senta para jogar. Ou no bicho, ou conversa fora, mas, neste caso, só a convite.
De todo modo o sujeito começou a contar, sem preâmbulo nenhum, um sonho que tivera.
O bicho existe no Brasil desde que o Barão Vianna Drummond, adaptando uma idéia sobre flores do mexicano Manuel Zevala, resolveu dar bom uso aos 25 animais que tinha no Zoológico de sua propriedade, na cidade do Rio de Janeiro. Em 1892. A idéia deu muito certo e não só para o Barão. O bicho enricou muita gente, mas empobreceu, inda que a conta-gotas, muitas outras também.
Uma das fontes mais importantes, se não a mais, dos palpites para o bicho está nos sonhos. Já interpretá-los não é para qualquer um. Há que se ter ciência. Por exemplo, sonhar com um número não deve levar, hidraulicamente, a jogar no próprio. Matemáticas, aritméticas e álgebras, como me informou um sabedor, devem levar a que se jogue no porco, na águia, no veado ou no jacaré. Pessoas nuas, traição, dá mesmo cobra, como talvez fosse esperado. Mas isso não quer dizer muito. Por exemplo, jogar no placar de um jogo sonhado é fria, jogo de azar, em sonho, é tigre, e não tem conversa.
Mas vamos ao sonho daquele sujeito: sonhara com um monte de passarinhos, dentro de um ônibus cor de laranja cujo destino era o bairro do Socorro.
As perguntas do apontador permeavam a narração, como que para esclarecer pontos obscuros, mas potencialmente relevantes para o diagnóstico correto do palpite: “Você estava dentro do ônibus... Não? Hmmm. Então não era viagem. Esse ônibus era grande? E a cor laranja? Era brilhante? Tinha outras cores no sonho?”
Tinha, tinha muitas cores. O palpite veio preciso. Jogue no pavão. Por que? Porque o sonho é colorido, e o pavão, com aquela festa de cores, é o bicho certo para esse sonho. O freguês assentiu e jogou no palpite. Setenta e quatro.
Não sei que bicho deu, mas fiquei pensando... Não poderia ir tão longe a ponto de dizer que aquilo tenha a mais remota semelhança com a psicanálise, mas não deixa de ser uma interpretação de sonhos. Vai saber se não alivia uma criatura de Deus sem o mínimo acesso à psicanálise, poder contar seus sonhos para alguém, ainda mais com a possibilidade de uns caraminguás de lucro como resultado.
Terapia tropical.
Aparentemente o vaguear dos pensamentos, em plena vigília, não corresponde especificamente a bicho nenhum. Assim sendo, pensei em jogar no camelo, que é um ruminante, pela semelhança com o ruminar dos pensamentos. Depois hesitei e considerei o macaco, afinal nosso antepassado é o bicho que mais provavelmente tenha sido responsável por nosso pensar à-toa. Mas finalmente decidi pelo elefante, por ser mais bicho do que o macaco. Ninguém descende de elefantes e é o animal que acho mais interessante. Como num poema de Brecht, ele é grande, mas de cor discreta.Tem um corpo enorme, mas se alimenta de pequenas coisas. Possui uma memória prodigiosa e, elegantemente, se retira para morrer. Além de patrono das artes por fornecer o marfim. Afinal joguei no quatro mil setecentos e quatorze.
Ainda não tive oportunidade de conferir o resultado, mas a gente nunca sabe, vai que acertei no milhar.


(Crônica publicada no livro Peneira do Tempo que pode ser lido apenas clicando no seu título na coluna de links à esquerda).

 

You Know I'm No Good
Amy Winehouse




Para as meninas adolescentes.
***
For the teenager girls.

 

A Caminhada Para o Trabalho
The Walk to Work
Jean Francois Millet
1851



 

Paulinho da Viola &
A Velha Guarda da Portela




Em português, sem legendas.
***
In Portuguese, no subtitles.

 

Mulher Tenta Seduzir Marido
Wife Tries to Seduce Husband
Özgül Gürbüz



 

História do Blues
Blues History
Aberdeen Mississippi Blues
Booker White




 

From Here To Eternity
Debora Kerr
1921-2007



 

Poemas 143
Poems 143


Delight in Disorder
Robert Herrick


A sweet disorder in the dresse
Kindles in cloathes a wantonnesse:
A Lawne about the shoulders thrown
Into a fine distraction:
An erring Lace, which here and there
Enthralls the Crimson Stomacher:
A Cuffe neglectfull, and thereby
Ribbands to flow confusedly:
A winning wave (deserving Note)
In the tempestuous petticote:
A careless shooe-string, in whose tye
I see a wilde civility:
Doe more bewitch me, then when Art
Is too precise in every part.

18.10.07

 

Laerte



 

História do Blues
Blues History
Lonesome Day Blues
Blind Willie McTell



 

Susana e os Anciãos
Susannah and the Elders
Artemisia Gentileschi
1610



 

J. Robert Oppenheimer




Nós esperamos até que a explosão passasse, saímos do abrigo e a ocasião ficou extremamente solene...
Se a radiação de mil sóis explodissem ao mesmo tempo seria como o esplendor deste poderoso...
O otimista acha que este é o melhor dos mundos possíveis e o pessimista sabe que é...
Oppenheimer passou a mão sobre a areia que havia virado vidro e citou o Bhagavad-Gitta:
"Eu sou a Morte, a destruidora de mundos".
***
We waited until the blast had passed, walked out of the shelter and then it was extremely solemn...
If the radiance of a thousand suns were to burst at once into the sky that would be like the splendor of the mighty one...
The optimist thinks this is the best of all possible worlds and the pessimist knows it.
Oppenheimer passed his hand over the sand transformed in glass and quoted the Bhagavad-Gita:
'I am Death, the destroyer of worlds".

 

The Perry Como Show




Com Gene Sheldon.
Em inglês, sem legendas.
***
With Gene Sheldon.
In English, no subtitles.

 

Something Stupid
Frank & Nancy Sinatra



 

Mulatinho Bamba
Por Amor a Este Branco
Olivia Byington




Mulatinho Bamba de Ary Barrosos e Kid Pepe.
Por Amor a Este Branco de Custódio Mesquita.
***
Mulatinho Bamba by Ary Barrosos and Kid Pepe.
Por Amor a Este Branco by Custódio Mesquita.

 

Poemas 142
Poems 142


O Chão É Cama

Carlos Drummonsd de Andrade

O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre o tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.

E para repousar do amor, vamos a cama.

17.10.07

 

Perdido no Espaço
Sergio Pinheiro Lopes


Cena 1.

Ligo a TV. Na tela branca e preta do meu Philco espacial, o Randal Juliano apresenta “Os Astros do Disco”. Carão sorridente, Ciro Monteiro batuca uma caixinha de fósforos enquanto uma voz ao fundo diz: existem coisas que estão Além da Imaginação.

Cena 2.
Durval de Souza e Idalina de Oliveira fazem um comercial da Ducal, e eu corro para casa. Não tem mais aula hoje, o presidente Kennedy foi assassinado. Faço uma misturinha de açúcar e Nescau e sento na cadeira de madeira da Casa Alemã, pés apoiados na parede. Olho na tela confinada embaixo da escada.

Cena 3.
Família Trapo com minha família. Queria ver ao vivo no Teatro Record. Papai preferia sempre ficar em casa lendo. Sócrates diferentes. Sérgio Ricardo joga o violão na platéia e dessa viola explode a Copa do Mundo em todas as cores. Alegria, Alegria. A Feiticeira não se lembra mais de mim, mas eu me lembro dela. Alô, doçura.

Cena 4.
Retrato três por quatro. Aí cinco. Terroristas arrependidos. Mataram o Boilesen. Mataram o Marighella. O Geisel olha para mim e diz: “Ba’ noite”.Cena 5.Estou caseiro, estou casado. Agora assisto novela, aquela. A espiral anuncia: O Astro. Herculano Quintanilha, nosso primeiro Lair Ribeiro.

Cena 6.
As imagens se acumulam, se misturam e multiplicam. Pizza de domingo e tiroteio ao vivo no Fantástico. Conde Bóris às sete em ponto. Dei aula de inglês para a Lílian que trabalhava na Gazeta Mercantil e agora é o último rosto que vejo antes de adormecer e sonhar. Meus olhos olham para ela. A tela. Penso: Esta é a Sua Vida.

(Crônica publicada no livro Peneira do Tempo que pode ser lido apenas clicando no seu título na coluna de links à esquerda).

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